ELEIÇÕES

Comediante Morales vence eleição na Guatemala e anuncia guerra à corrupção

A eleição teve índice de participação de 51,8% dos 7,5 milhões de guatemaltecos registrados para votar

Da AFP
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Publicado em 26/10/2015 às 6:49
Foto: JOHAN ORDONEZ / AFP
A eleição teve índice de participação de 51,8% dos 7,5 milhões de guatemaltecos registrados para votar - FOTO: Foto: JOHAN ORDONEZ / AFP
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O comediante Jimmy Morales, um novato na política, venceu o segundo turno da eleição presidencial de domingo (25) na Guatemala com quase 70% dos votos e anunciou o compromisso de lutar contra a corrupção.

Morales, um humorista popular no cinema e na televisão, de 46 anos, tinha 68,6% dos votos, contra 31,4% da rival, a ex-primeira-dama Sandra Torres, com 96,3% das urnas apuradas.

"Com esta votação que vocês me fizeram presidente, recebi um mandato e o mandato é lutar contra a corrupção que nos carcomeu", afirmou Morales ao proclamar sua vitória no segundo turno.

As eleições no país foram pautadas pelo tema corrupção, após o escândalo de fraude alfandegária revelado em abril pelo Ministério Público e por uma comissão da ONU contra a impunidade.

O então presidente Otto Pérez renunciou ao cargo em setembro, depois que foi apontado como o líder da rede de corrupção, e atualmente está em prisão preventiva.

Na primeira entrevista como presidente eleito, Morales afirmou que recorrerá ao MP caso seja necessário investigar suspeitas de corrupção.

"Temos todos que estar à altura do que deseja a Guatemala, porque o mandato que recebemos é combater a corrupção", declarou Morales.

Torres reconheceu a derrota e disse que "o povo fez sua escolha e nós a respeitamos e desejamos o melhor dos êxitos ao senhor Morales".

A eleição teve índice de participação de 51,8% dos 7,5 milhões de guatemaltecos registrados para votar, bem abaixo da taxa de 70% do primeiro turno, em 6 de setembro.

Morales assumirá o poder em 14 de janeiro com o desafio de erradicar a corrupção e enfrentar um Estado sem financiamento, em condições difíceis porque seu partido FCN-Nação, de direita, terá apenas 11 dos 158 deputados da próxima legislatura.

"Eu penso que não será fácil para Morales, e isto poderemos ver esta semana, quando o Congresso começar a discutir o orçamento. Vamos ver a capacidade de negociação", disse à AFP a socióloga Helen Mack, presidente da Fundação Myrna Mack de defesa dos direitos humanos.

Ela questiona o fato de Morales chegar ao poder como candidato do partido de direita FCN-Nação, fundado por militares da reserva, e por suas alianças com os partidos conservadores Líder e Patriota, que dominaram o cenário político da Guatemala nos últimos anos.

"Já vimos as alianças que sua equipe de trabalho fez com o Líder e o Partido Patriota. Podemos esperar mais do mesmo", alertou Mack.

Morales anunciou uma reunião de sua equipe de governo com os líderes do Congresso para discutir as prioridades orçamentárias.

O presidente eleito citou entre as prioridades o combate à desnutrição, o abastecimento dos hospitais com medicamento e o apoio aos produtores.

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