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As equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes nesta terça-feira (27), um dia depois do terremoto que deixou quase 300 mortos no Paquistão e Afeganistão, um trabalho complicado pela topografia das regiões montanhosas e pela presença dos talibãs.
O número de vítimas do terremoto de 7,5 graus de magnitude deve aumentar com o avanço das equipes de emergência até as áreas remotas que ficaram isoladas após deslizamentos de terra e cortes de energia elétrica.
As autoridades paquistanesas mobilizaram o exército e deixaram todos os hospitais do país em alerta. A Índia, grande rival regional, ofereceu ajuda.
O terremoto, que teve epicentro nas montanhas remotas de Badakhshan, nordeste do Afeganistão, provocou cenas terríveis na cidade afegã de Talogan, onde 12 meninas, vítimas do pânico, morreram pisoteadas quando tentavam sair da escola.
Mas o maior número de vítimas foi registrado no Paquistão, com pelo menos 214 mortos e mais de 1.800 feridos, principalmente na região noroeste do país.
Várias casas e prédios desabaram na cidade de Peshawar, noroeste do país, segundo o prefeito Arbab Muhamad Asim.
Muitas pessoas permanecem presas sob os escombros, segundo as autoridades locais.
Muitos paquistaneses lembraram o terremoto de 8 de outubro de 2005, de 7,6 graus e com epicentro próximo ao do tremor de segunda-feira (26), que deixou 75.000 mortos e mais de 3,5 milhões de pessoas desabrigadas.
No Afeganistão, o balanço provisório registra pelo menos 63 mortes, incluindo 30 em Kunar (leste), onde 1.500 casas ficaram destruídas, 10 em Nangarhar (leste), nove em Badakhshan, duas na província de Baghlan e as 12 meninas de Takhar (nordeste).
As jovens - todas com menos de 16 anos - "correram para sair da escola, o que provocou um tumulto fatal", disse à AFP Enayat Naweed, diretor da secretaria de Educação de Takhar. Trinta e cinco estudantes ficaram feridas na correria.
O primeiro-ministro afegão Abdullah Abdullah reconheceu "importantes perdas humanas e materiais", mas não divulgou um balanço preciso.
Na Índia, o terremoto provocou a interrupção do metrô de Nova Délhi, uma cidade a mais de 1.000 km do epicentro.
Em Srinagar, a principal cidade da parte indiana da Caxemira, na fronteira com o Paquistão, os moradores correram para as ruas.
Em maio, um forte terremoto no Nepal deixou mais de 8.900 mortos, provocou deslizamentos de terra e destruiu meio milhão de casas.
Segundo o Instituto de Geologia dos Estados Unidos (USGS), o epicentro do terremoto de segunda-feira foi registrado em Jurm, extremo nordeste do Afeganistão, a uma profundidade de 213,5 km.