Os Estados Unidos prometeram neste sábado aumentar em quase US$ 100 milhões a ajuda para a oposição da Síria, elevando o montante total ofertado para aproximadamente US$ 500 milhões desde 2012. O secretário adjunto de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou a assistência adicional na conferência de segurança conhecida como Diálogo Manama, no Bahrein.
A promessa norte-americana foi anunciada um dia após os EUA informarem que estavam intensificando o combate contra o grupo Estado Islâmico na Síria, com o deslocamento de até 50 tropas de operações especiais. O capital prometido pelos norte-americanos deve apoiar os conselhos locais e provinciais da Síria, além de ativistas da sociedade civil, serviços de emergência e outras necessidades no país.
Durante o evento no Bahrein, o ministro das relações exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, disse que o momento da partida do atual presidente sírio, Bashar Assad, e a retirada de combatentes estrangeiros continuam a ser os principais pontos de atrito na busca por uma solução duradoura para a guerra civil na Síria.
Os comentários de Al-Jubeir e Blinken foram feitos poucas horas após encontro em Viena, onde os dois países concordaram com outras nações em fazer um novo esforço de paz envolvendo grupos do governo e da oposição da Síria.
Al-Jubeir minimizou o significado do que foi alcançado nas conversações em Viena, declarando, no Bahrein, que as autoridades não têm conseguido chegar a um acordo. Ele afirmou que a política da Arábia Saudita sobre a Síria não mudou e o país deve continuar a apoiar o que foi descrito como uma oposição síria moderado.
A autoridade também definiu a presença de forças estrangeiras, particularmente tropas iranianas, como um obstáculo para acabar com a luta de uma guerra que já matou mais de 250 mil pessoas e forçou o deslocamento de 11 milhões.
O Irã, como a Rússia, é um aliado de longa data da Síria. A República Islâmica do Irã tem oferecido bilhões de dólares ao governo de Assad, além de grandes quantidades de armas, desde que os combates começaram. O Irã tem levado à Síria o que descreveu como conselheiros militares para apoiar o governo. No entanto, o país nega a presença de tropas de combate na Síria.
Combatentes pró-iranianos do Líbano, Iraque e Afeganistão também viajaram para a Síria com o objetivo de lutar ao lado das forças de Assad. Al-Jubeir também deixou claro que as negociações não fizeram nada para mudar a posição da Arábia Saudita sobre a necessidade da saída de Assad. "O ideal é que ele saia esta tarde. Quanto mais cedo melhor", disse a autoridade.
Blinken foi menos contundente quando se tratou de um calendário para a saída de Assad. Ele sugeriu que a intervenção militar russa na Síria, embora seja amplamente vista como um forte sinal de apoio à Assad, pode acabar incentivando Moscou a trabalhar em direção a uma transição política que o retire do poder.
"A Rússia não tem condições de sustentar a sua ofensiva militar contra todos que se opõem ao regime brutal de Assad. Os custos devem crescer todos os dias em termos econômicos, políticos e de segurança", disse Blinken.