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A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) apela para que os países da região redobrarem esforços para combater a pobreza e reduzir a desigualdade no atual contexto de desaceleração econômica. O documento Desenvolvimento Social Inclusivo: uma Nova Geração de Políticas para Superar a Pobreza e a Desigualdade na América Latina e no Caribe está sendo analisado durante a Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social da América Latina e Caribe, que ocorre entre esta segunda-feira (2) e a próxima quarta-feira (4), em Lima, Peru.
Ainda que a região tenha cumprido a meta estabelecida no primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir à metade a extrema pobreza em 2015 (comparado com os níveis de 1990), a Cepal insiste que é indispensável fazer esforços significativos para cumprir com os recentemente adotados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o primeiro, que propõe erradicar a extrema pobreza em todas as suas formas até 2030.
Além de apresentar um diagnóstico dos avanços recentes e os desafios que persistem em matéria de pobreza e desigualdade, o novo relatório da Cepal analisa a institucionalidade das políticas sociais e propõe orientações de política em diversas áreas-chave para o desenvolvimento inclusivo.
De acordo com a comissão, a redução da pobreza estagnou-se desde 2012 e a extrema pobreza mostra uma leve tendência de elevação. Além disso, a América Latina e o Caribe continua sendo a região mais desigual do mundo em termos de distribuição de renda. Segundo as últimas estimativas do organismo regional para 19 países da América Latina, em 2014 existiam 167 milhões de pessoas em situação de pobreza (28% do total da população), dos quais 71 milhões (12% do total da população) se encontravam na extrema pobreza.
Dados de 2013 indicam, também, que somente a metade da população da América Latina e Caribe (49,1%) encontra-se fora das situações de extrema pobreza, pobreza ou vulnerabilidade à pobreza.
Segundo informação coletada nas pesquisas de domicílios de oito países da América Latina em 2011, 7% da população não indígena nem afrodescendente é extremamente pobre ou altamente vulnerável à extrema pobreza, porcentagem que se eleva para 11% no caso da população afrodescendente e para 18% no caso dos povos indígenas.
Na mesma linha, na região, as mulheres constituem aproximadamente 51% da população total, mas somente têm acesso a 38% da massa de rendimentos monetários que são gerados e recebidos pelas pessoas.