Ataque

MSF diz que bombardeios dos EUA contra hospital afegão foram para 'matar e destruir'

Segundo o documento, os bombardeios duraram aproximadamente uma hora

Do JC Online
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Publicado em 05/11/2015 às 15:35
Foto: MSF/AFP
Segundo o documento, os bombardeios duraram aproximadamente uma hora - FOTO: Foto: MSF/AFP
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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou nesta quinta-feira (5) que o bombardeio americano que deixou 30 mortos em um hospital em Kunduz, no Afeganistão, em 3 de outubro passado, tinha o objetivo de "matar e destruir".

Em um relatório apresentado em Cabul, a MSF afirma que não havia qualquer combatente armado no estabelecimento médico quando ocorreu o ataque.

Segundo o documento, os bombardeios duraram aproximadamente uma hora.

De acordo com a MSF, O hospital estava em plena atividade, atendendo as vítimas dos confrontos entre rebeldes talibãs e militares afegãos.

Para Christopher Stokes, diretor-geral da MSF, o bombardeio visava a "matar e destruir", como demonstram os disparos feitos, provavelmente de um avião, (contra) pessoas que tentavam fugir do hospital".

"Um funcionário da MSF foi decapitado por fragmentos resultantes dos bombardeios", segundo o  documento.

O general americano John Campbell, chefe da missão da Otan no Afeganistão, admitiu que houve um bombardeios dos Estados Unidos, mas afirmou que o mesmo foi feito a pedido do exército afegão, que afirmava haver talibãs escondidos no prédio.

A MSF afirma que suas equipes transmitiram as coordenadas exatas do hospital aos exércitos afegão e americano antes do bombardeio e que avisou aos Estados-Maiores quando as primeiras bombas começaram a cair.

A ONG acrescenta ter recebido um SMS de uma fonte da Otan que dizia "lamentar" o bombardeio contra o hospital. Sete minutos depois, outro dirigente da Otan afirmou que "faria todo o possível", acrescentou: "Rezo por vocês".

Atualmente são realizadas três investigações, uma americana, uma afegã e uma da Otan.

No entanto, no prefácio do relatório da MSF, sua presidente, Joanne Liu, pede novamente que "uma comissão internacional humanitária" investigue o ocorrido.

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