ACIDENTE

Charge do 'Charlie Hebdo' sobre queda de avião no Sinai irrita Rússia

O desenho mostra partes de um avião e um passageiro caindo do céu sobre um homem barbado

Da Folhapress
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Publicado em 06/11/2015 às 11:48
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O desenho mostra partes de um avião e um passageiro caindo do céu sobre um homem barbado - FOTO: Foto: reprodução
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Uma charge do semanário satírico francês Charlie Hebdo sobre a queda do Airbus A321 da Metrojet no Egito irritou as autoridades russas.

O desenho mostra partes de um avião e um passageiro caindo do céu sobre um homem barbado que aparentemente veste uma túnica islâmica e carrega uma metralhadora.

No topo da charge, lê-se: "Daesh: a aviação russa intensifica seus bombardeios". Daesh é o acrônimo em árabe que se refere milícia radical Estado Islâmico (EI), que controla partes da Síria e do Iraque.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres nesta sexta-feira (6) que considera a caricatura como "blasfêmia".

Parlamentares russos também expressaram sua irritação em relação à charge, pedindo para o governo classificar o semanário como literatura extremista e para as autoridades francesas se retratarem.

A Rússia iniciou no fim de setembro uma campanha de ataques aéreos contra posições do EI na Síria a pedido do ditador Bashar-al-Assad.

O grupo extremista Província do Sinai, filial do EI no Egito, afirmou que teria abatido o avião da companhia russa Metrojet "em resposta aos ataques aéreos russos que mataram centenas de muçulmanos nas terras sírias".

Autoridades do Reino Unido e dos Estados Unidos sustentam a hipótese de que o Airbus teria sido derrubado por uma bomba posta por extremistas na aeronave. Egito e Rússia pedem que "especulações" sobre o incidente sejam evitadas até a conclusão da investigação oficial.

A charge sobre a queda do Airbus foi publicada na mais recente edição do "Charlie Hebdo". Conhecido por charges polêmicas, o semanário parisiense se reestruturou depois que 12 pessoas morreram em um ataque de radicais islamitas contra sua redação, em janeiro. O atentado ocorreu depois de a publicação reproduzir caricaturas de Maomé, profeta do islamismo.

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