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A declaração de guerra ao Estado Islâmico (EI) lançada pelo grupo de hackers Anonymous poderia ser contraproducente e atrapalhar a investigação, declarou nesta segunda-feira à AFP Olivier Laurelli, blogueiro especializado em segurança informática.
"A guerra está declarada", anunciou ao EI um membro do grupo Anonymous via vídeo. Mascarado e com a voz alterada, um militante promete "muitos, muitos ciberataques".
Esta mensagem visa os sites e contas nas redes sociais vinculadas ao Estado Islâmico que reivindicou os atentados de sexta-feira em Paris, que deixaram ao menos 129 mortos e 352 feridos.
"Anonymous está em guerra com o Daech", acrônimo em árabe do Estado Islâmico, publicou no Twitter uma conta chamada @GroupAnon. A mensagem foi retuítada mais de 3.400 vezes.
"Os jovens se identificam, acham que podem agir, mas é contraproducente", afirma Olivier Laurelli. "Atrapalha mais a polícia do que qualquer outra coisa".
Para ele, "fechar essas contas, é fazer a polícia surda e cega sobre algumas coisas".
Os dados de contas no Twitter podem ser fontes de informação para as autoridades que procuram explorar, principalmente, dados geográficos. "É interessante saber qual conta está ativa na França, na Síria ou no Iraque", diz o blogueiro.
Nas redes sociais, as ligações entre indivíduos também pode ser interessante. "Se vemos que uma pessoa, que esteve envolvida nos ataques, tem relação com uma outra pessoa, é muito interessante para o serviço policial", observa Olivier Laurelli.
"Os Anonymous do mundo inteiro vão caçar vocês", declara o vídeo da pessoa que afirma pertencer ao coletivo Anonymous.
"O Twitter já foi rápido em encerrar muitas das contas, e eu não sei se é uma boa ideia", afirma Olivier Laurelli.
O grupo também postou no Twitter uma lista de 9.200 contas vinculadas ao EI. "Uma conta fechada é uma conta aberta novamente por trás", observa.
No entanto, "o que seria interessante é entender como eles funcionam nas comunicações privadas via internet", indica o especialista. "Alguns poderiam utilizar a rede de comunicação do PlayStation, por exemplo, para passar desapercebidos", observa ele.