As autoridades da Turquia divulgaram nesta segunda-feira (16) que haviam identificado um dos responsáveis pelos atentados em Paris como um suspeito de terrorismo e notificaram a França duas vezes sem sucesso, o que destaca as falhas na Inteligência entre países aliados e aumenta os riscos de segurança vindos de grupos extremistas.
Omar Ismail Mostefai, indicado pela polícia da França como um dos sete suspeitos de envolvimento nos ataques terroristas de sexta-feira (13) em Paris, viajou para a Turquia em 2013 e foi marcado mais recentemente em junho como uma ameaça do terrorismo à França, informou uma autoridade turca. Não há registro oficial de que Mostefai, cidadão francês, saiu da Turquia.
"Agora não é o momento de jogarmos o jogo da culpa", disse a autoridade turca. "O caso de Omar Ismail Mostefai claramente estabelece que o compartilhamento de Inteligência e uma comunicação efetiva são cruciais para os trabalhos de contraterrorismo", afirmou.
A Turquia, que faz parte da Organização do Tratado do Atlântico-Norte (OTAN), pediu aos seus países aliados por uma cooperação mais próxima, em um sinal de que os esforços para melhorar as relações de Inteligência ainda não são suficientes para impedir ataques terroristas.
O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, afirmou na segunda-feira que ele ainda não recebeu informações dos alertas da Turquia sobre Mostefai.
"No que diz respeito a informação e Inteligência, nós realmente precisamos trocar e compartilhar muito mais", disse Fabius em uma coletiva de imprensa durante o encontro do G-20 em Antália, na Turquia.
As autoridades turca divulgaram que haviam identificado Mostefai como um suspeito de terrorismo, após a França ter pedido por informações sobre quatro pessoas, em 10 de outubro de 2014. Mostefai não estava na lista de terroristas da França, mas chamou a atenção da Turquia mesmo assim e foi marcado em dezembro de 2014 e junho de 2015.
A França, que suspeita que Mostefai viajou para a Síria nos últimos dois anos, não respondeu aos alertas da Turquia sobre ele, informou uma autoridade turca. O primeiro pedido sobre informações de Mostefai ocorreram após os ataques de sexta-feira, de acordo com a Turquia.
"O governo da Turquia espera por uma maior cooperação entre seus aliados no futuro", disse a autoridade.