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Ameaça de atentados provoca reação contra refugiados nos EUA

Um dos terroristas entrou na França com passaporte sírio na condição de refugiado

Da Folhapress
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Publicado em 17/11/2015 às 16:01
Foto: SAUL LOEB/AFP
Um dos terroristas entrou na França com passaporte sírio na condição de refugiado - FOTO: Foto: SAUL LOEB/AFP
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A ameaça de novos atentados terroristas fez com que mais da metade dos governadores americanos protestassem contra a entrada de estrangeiros e esquentou o debate sobre xenofobia no país.

Até a manhã desta terça-feira (17), 25 republicanos e dois democratas ofereceram resistência à política de acolhimento de refugiados sírios do presidente Barack Obama, que manteve o discurso após os atentados a Paris, na sexta-feira (13).

Um dos terroristas entrou na França com passaporte sírio na condição de refugiado, de acordo com investigadores do ataque.

Ainda que seu poder efetivo de barrar estrangeiros que já tenham entrado legalmente no país seja questionado, muitos governadores evocaram sua missão de proteger os cidadãos antes de acolher gente de fora.

"Indiana tem uma longa tradição de abrir nossos braços e casas para refugiados de todo o mundo, mas como governador, minha principal responsabilidade é garantir a segurança de todos os cidadãos", afirmou o governador Mike Pence.

"A menos que e até que o Estado de Indiana tenha garantia de que medidas de segurança adequadas tenham sido tomadas, essa política permanecerá em pleno vigor."

A governadora democrata de New Hampshire, Maggie Hassan, disse que o presidente deveria suspender o plano até que o procedimento para vetar eventuais ameaças esteja "o mais forte possível".

O governador de Vermont, o democrata Peter Shumlin, foi um dos a criticar a reação xenófoba. "Os governadores que tomam essas medidas [para impedir a entrada de estrangeiros] contrariam as qualidades que fazem a América grandiosa, que é oferecer ajuda, e não ferir pessoas que estão com problemas".

 

PRÉ-CANDIDATOS

O debate tomou o Congresso -no qual republicanos articulam barrar o plano de Obama- e adentrou a arena eleitoral.

Pré-candidatos como Jeb Bush, ex-governador da Flórida, e Ted Cruz, senador pelo Texas, ambos da oposição, defenderam um filtro religioso. Segundo eles, cristãos sírios não representam a mesma ameaça que os muçulmanos.

"O foco deveria ser criar pontos seguros na Síria, em vez de trazer refugiados para os EUA", disse Jeb à rede CBS, na segunda. "Mas há uma necessidade importante de assegurar que cristãos sejam protegidos, porque eles estão sendo massacrados."

"Se houvesse um grupo de cristãos radicais prometendo matar qualquer um que tenha uma visão religiosa diferente da sua, teríamos uma situação de segurança nacional diferente", disse Cruz a jornalistas, no domingo.

Obama criticou a postura. "Isso é vergonhoso. Não temos testes religiosos para a nossa compaixão. Isso não é o que somos", declarou na segunda-feira (16), da Turquia, no encontro do G-20.

O empresário Donald Trump também defendeu criar refúgios seguros dentro da Síria para evitar fluxos aos EUA. Quanto à possibilidade de, junto com refugiados, entrarem terroristas, ele sugeriu: "É um cavalo de Troia?".

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