ATAQUES

'A França está funcionando como um país em guerra', relata pernambucano em Paris

Segundo o jornalista Danilo Rocha, o termo "guerra" é levado muito a sério pelos franceses e remete aos dois grandes conflitos mundiais na Europa

Maria Regina Jardim
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Maria Regina Jardim
Publicado em 18/11/2015 às 11:45
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Segundo o jornalista Danilo Rocha, o termo "guerra" é levado muito a sério pelos franceses e remete aos dois grandes conflitos mundiais na Europa - FOTO: Foto: Acervo Pessoal
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Há sete anos morando na capital francesa, o jornalista pernambucano Danilo Rocha nunca viveu dias de tanto medo e tensão como os que têm se engendrado desde a última sexta-feira (13), quando ataques jihadistas aconteceram em vários pontos da cidade. O atentado, reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), resultou na morte de 129 pessoas.

Já na manhã desta quarta (18), uma mulher atirou contra policiais com um rifle automático e se suicidou, ao detonar explosivos, durante uma operação da polícia francesa no subúrbio de Saint-Denis, ao norte de Paris. Duas pessoas morreram e sete suspeitos foram detidos.

Em entrevista exclusiva ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, Rocha explicou que o termo "guerra" - utilizado na última segunda (16) pelo presidente da França, François Hollande, e no sábado (14) pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls - não foi empregado nos discursos dos principais dirigentes do país por acaso. "A palavra remete às duas Grandes Guerras enfrentadas pelos franceses entre 1914-1918 e 1939-1945 e tem um impacto muito forte por aqui", contou.

"O alerta do governo fez com que a população se unisse e se preparasse para o que está por vir. Quando um país está em guerra, não pode funcionar normalmente, de maneira cotidiana. Hoje, vivemos com várias restrições", afirmou Danilo Rocha. Segundo ele, o transporte público de toda a cidade foi amplamente afetado nos últimos dias. "O trânsito parisiense registrou recordes de congestionamento esta semana. As pessoas estão apreensivas em usar o metrô, com medo de um novo ataque, e têm optado por sair de carro".

De acordo com o jornalista, a maior tensão está concentrada no norte de Paris. É lá onde os cenários de guerra são percebidos pelos moradores assustados, que relatam estar vivendo um verdadeiro pesadelo. Os suspeitos de planejar e executar os atentados jihadistas na França estavam escondidos na localidade nos últimos meses.

Nesta quarta, a população despertou, logo nas primeiras horas da manhã, ao som de explosões, rajadas de tiros, movimentação de soldados e sobrevoo de helicópteros. "Após as mortes de hoje, a imprensa francesa defende que a polícia evitou um novo massacre, da proporção do anterior, mas isso não foi confirmado pelas autoridades. O Stade de France, um dos pontos atacados na última sexta, também está localizado em Saint Denis", acrescentou Rocha. Confira mais detalhes no áudio:

 

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