As autoridades belgas decidiram neste domingo (22) manter na segunda-feira (23) o nível de alerta máximo na região de Bruxelas, por considerarem que permanece uma “ameaça séria e iminente” de ataques terroristas, anunciou hoje o primeiro-ministro belga, Charles Michel.
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Deste modo, na segunda-feira todas as linhas de metro e as escolas da região de Bruxelas continuarão fechadas, o que se aplica também às universidades e escolas superiores, com previsão de uma nova avaliação da situação no período da tarde, informou em coletiva de imprensa Charles Michel. "Tudo está sendo feito para retonarmos a uma vida normal", garantiu repetidamente o primeiro-ministro.
A decisão de manter Bruxelas sob o nível máximo de alerta foi tomada após uma reunião feita no final da tarde de hoje pelo Conselho de Segurança Nacional, para avaliar a adaptação das medidas de segurança em função da reanálise do grau de ameaça pelo Órgão de Coordenação e Análise de Ameaças (OCAM) e pelo centro de crise.
Charles Michel indicou que a análise permanece exatamente a mesma que motivou subir o grau de alerta para o máximo da escala na madrugada de sábado (21). As autoridades consideram que há um risco de ataques “iminentes” em Bruxelas, provavelmente em diversos pontos da cidade, igual ao ataque que aconteceu em Paris, no dia 13 de novembro, com 130 mortos.
Os alvos potenciais identificados são locais com grande fluxo de pessoas, como os centros comerciais e os transportes públicos, razão pela qual as recomendações das autoridades permanecem as mesmas que vigoraram durante o final de semana desaconselhando eventos que possam atrair muitas pessoas.
No resto do território belga, o nível de ameaça permanece em “3”, na escala até “4”. O primeiro-ministro disse que não se deve subestimar este nível de alerta, que diz respeito a uma ameaça “possível e verosímil”.
O prolongamento das medidas para segunda-feira, primeiro dia útil desde que Bruxelas se encontra sob alerta máximo, representa grandes problemas no dia a dia dos bruxelenses, sobretudo referente ao encerramento das escolas, o que implicará constrangimentos na vida profissional e atividade econômica da cidade. O primeiro-ministro pediu a “compreensão dos cidadãos” e assegurou por diversas vezes que “tudo está sendo feito, dia e noite”, para que se possa “retomar a vida normal o mais rapidamente possível.”
As autoridades evitam dar informações sobre o teor das investigações em curso, principalmente quantos terroristas estão em Bruxelas, além daquele que é atualmente apontado como o “inimigo público número um”, Salah Abdeslam, que terá regressado a Bruxelas após participar nos ataques de Paris, onde um seu irmão morreu.
O Conselho de Segurança Nacional, que hoje tomou a decisão de manter o nível de alerta “4”, é composto pelo primeiro-ministro, os ministros da Justiça, da Defesa, do Interior e dos Negócios Estrangeiros, assim como os vice-primeiros-ministros, os serviços secretos, a polícia federal, OCAM e o procurador federal, entre outros. Esta é a primeira vez que as escolas são encerradas num dia de semana devido a uma “ameaça iminente”.