Cerca de cem pessoas morreram neste domingo (22) em um deslizamento de terra em uma mina de jade ao norte de Mianmar. Ao menos outras cem estão desaparecidas. Até as 16h no horário local (7h30 em Brasília), haviam sido retirados 97 corpos do local, afirmou Tin Myint, responsável pela administração de Hpakant, no Estado de Kachin, onde fica a mina. Equipes de resgate ainda retiram corpos das minas e o número de vítimas pode subir.
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"Estamos fazendo as buscas pelos mortos entre as pedras", afirmou Myint. As buscas são coordenadas pela Cruz Vermelha local, o Exército e a polícia. O acidente aconteceu aproximadamente às 3h neste sábado (21) (19h de sexta-feira (20) em Brasília), quando uma parede de terra de ao menos 80 metros caiu sobre cerca de 70 cabanas improvisadas onde dormiam trabalhadores da mina, disseram testemunhas à imprensa local. Apenas cinco cabanas escaparam da avalanche.
Esses trabalhadores vivem da busca de restos de jade deixados pelas empresas exploradoras. A mina pertence à Triple One Jade Mining. Hpakant é um distrito remoto em uma zona montanhosa onde proliferam as minas de Jade. Mianmar é o maior produtor mundial da pedra preciosa, mas as condições de extração são péssimas no que se refere à segurança e proteção do ambiente.
Milhares de birmaneses pobres se instalam nesses locais de maneira irregular. No mês passado, a ONG ambiental Global Witness denunciou as condições precárias dos trabalhadores das minas, muitas propriedades de senhores da guerra, traficantes ou generais da antiga Junta Militar.
Segundo a ONG, o comércio destas pedras movimentou US$ 31 bilhões em 2014, a metade do PIB do país. O principal destino das pedras é a China, para onde a maior parte das pedras vai em forma de contrabando.