A Comissão Europeia “continua trabalhando com calma e serenidade”, apesar de Bruxelas estar sob o nível máximo de alerta, disse o porta-voz da comissão, admitindo no entanto que os controles de segurança foram reforçados. Na coletiva de imprensa diária da comissão, Margaritis Schinas contou que ficou decidido, “por enquanto”, manter o mesmo nível de alerta “amarelo”, embora o Conselho da União Europeia tenha elevado o seu nível de ameaça para um nível superior, “laranja”, e Bruxelas permaneça, pelo terceiro dia consecutivo, no nível máximo, “4”.
Leia Também
“Apesar do nível 4 de alerta para a região de Bruxelas, as autoridades belgas confirmaram-nos que não há risco ou ameaça específica contra instituições da UE, incluindo a comissão. Estivemos acompanhando a situação ao longo do fim de semana e mantivemos o pessoal informado da situação. Por enquanto, o nosso nível de alerta permanece o mesmo, designadamente o amarelo”, declarou.
No entanto, e “como medida preventiva”, os serviços de segurança da comissão decidiram “reforçar as medidas de segurança onde considerou necessário”, e a título de exemplo indicou que todos os veículos que acessam a sede da Comissão Europeia, o edifício Berlaymont, são “sistematicamente controlados”, há reforço das patrulhas internas e externas, as creches e escolas europeias estão fechadas e os grandes eventos que estavam previstos para fora dos edifícios da comissão foram cancelados.
Questionado sobre o fato de as instituições europeias tomarem diferentes medidas de segurança, e designadamente o conselho, distante alguns metros, do outro lado da Rue de la Loi, estar sob um nível de alerta mais elevado, o porta-voz indicou que “há efetivamente uma coordenação estreita entre todas as instituições, mas cada instituição tem a sua autonomia”, e observou que “os colegas do outro lado da rua” têm em agenda mais reuniões, o que justificará um nível de alerta mais elevado. Entre as reuniões previstas e mantidas para hoje há um encontro do fórum de ministros das Finanças da zona do euro, o Eurogrupo, do qual participará a ministra Maria Luís Albuquerque.
O porta-voz admitiu ainda que foi dada alguma “flexibilidade” aos funcionários para trabalhar a partir de casa, designadamente os que têm filhos, em virtude de as escolas estarem encerradas. Bruxelas acordou nesta segunda-feira (23) pelo terceiro dia consecutivo em alerta máximo devido a um "risco iminente” de ataques terroristas.
No domingo, as autoridades belgas decidiram manter para hoje o nível de alerta máximo instaurado na madrugada de sábado (21) na região de Bruxelas, por considerarem que subsiste uma “ameaça séria e iminente” de atentados, pelo que todas as linhas de metrô estão suspensas e as escolas, fechadas – algo inédito na história do país.
A capital da União Europeia e sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) permanece hoje em “estado de sítio”, com muito menos movimento nas ruas que o habitual e fortemente vigiada por policiais e militares, depois de no domingo à noite terem sido realizadas 19 operações policiais na região de Bruxelas que resultaram em 16 detenções, mas continua em fuga o suspeito mais procurado, Salah Abdeslam, envolvido nos ataques de Paris em 13 de novembro, que provocaram 130 mortos.