ATENTADO

Grupo Estado Islâmico reivindica atentado contra guarda presidencial na Tunísia

O EI afirma que 20 pessoas morreram no atentado, mas, segundo o balanço oficial, 12 agentes foram vitimados

Da AFP
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Publicado em 25/11/2015 às 12:35
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O EI afirma que 20 pessoas morreram no atentado, mas, segundo o balanço oficial, 12 agentes foram vitimados - FOTO: Foto: AFP
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As autoridades tunisianas decretaram estado de emergência depois de um atentado contra a guarda presidencial, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), nesta quarta-feira (25).

"O autor do ataque é um tunisiano identificado como Abu Abdullah al-Tunissi", que, munido de explosivos, entrou no ônibus e detonou a carga que levava, segundo o texto do EI postado em sites jihadistas.

Segundo o grupo, 20 pessoas morreram durante a ação, mas, de acordo com o balanço oficial, 12 agentes da guarda presidencial foram mortos no ataque. Outras 20 pessoas teriam ficado feridas, segundo esta fonte.

O grupo radical também publicou uma foto do suposto autor do ataque, na qual ele aparece vestido de branco, com um cinto de explosivos e um véu cobrindo o rosto.

Perto do local do atentado, em pleno centro de Túnis, as autoridades encontraram um décimo terceiro corpo, que poderia ser do autor do atentado, informou nesta quarta-feira o ministério do Interior, destacando que foram usados no ataque dez quilos de Semtex, um explosivo muito poderoso.

 

O ministério do Interior não especifica se o ataque foi suicida.

O grupo Estado Islâmico também reivindicou, este ano, dois atentados que causaram 60 mortes, incluindo 59 turistas estrangeiros, na cidade de Sousse em junho e no Museu do Bardo, na capital, em março.

Diante deste novo golpe, a imprensa pediu, nesta quarta-feira, pela união nacional e resistência, assim como por "uma nova filosofia" e pela adoção de "medidas especiais" contra o terrorismo. 

O Conselho de Segurança Nacional, presidido pelo chefe de Estado Béji Caid Essebsi, decidiu nesta quarta-feira o fechamento da fronteira com a Líbia por 15 dias e "um aumento da vigilância nas fronteiras marítimas e nos aeroportos", segundo comunicado difundido na internet.

As autoridades também anunciaram que recrutarão três mil pessoas para o ministério do Interior e outras três mil para o exército em 2016.

Em um breve discurso, Essebsi havia anunciado, na noite passada, o restabelecimento do estado de emergência, decretado pela última vez há menos de dois meses, assim como um toque de recolher para o aglomerado de Tunes desde as 21h00 até 05h00 da manhã. 

 

'Grave, muito grave'

O atentado foi cometido às 17h00 em pleno coração da capital, próximo à avenida Mohamed-V, um ponto muito frequentado perto do ministério do Interior. 

No Bardo e em Sousse "o objetivo era perturbar o processo democrático de Tunes, (...) e o setor de turismo", comentou, nesta quarta-feira, o primeiro-ministro Habid Essid. Este de terça-feira "é de outro tipo" uma vez que "ataca os símbolos do Estado. (...) É grave, muito grave", acrescentou.

"Como de costume, entramos no ônibus para ir ao trabalho. No momento em que o motorista ia partir, aconteceu a explosão", relatou à radio nacional um dos guardas feridos.

Na manhã desta quarta-feira, o tráfico foi retomado na avenida, mas o lugar do atentado continuou isolado e os especialistas ainda trabalhavam ao redor do ônibus, segundo constatou a AFP.

Por trás das barricadas, onde foram depositados ramos de flores, dezenas de cidadãos, segurando bandeiras tunisianas, manifestavam seu apoio às forças de segurança.

Tunes enfrenta desde sua revolução, que provocou a queda do regime de Zine el Abidine Ben Ali em janeiro de 2011, o fortalecimento da influência jihadista, responsável pela morte de dezenas de policiais e militares.

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