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UE e Turquia se reúnem em cúpula focada na crise migratória

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, defenderá em Bruxelas a posição de Ancara, e não o presidente Recep Tayyip Erdogan

Da AFP
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Publicado em 27/11/2015 às 16:00
Foto: ROBERT ATANASOVSKI  AFP
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, defenderá em Bruxelas a posição de Ancara, e não o presidente Recep Tayyip Erdogan - FOTO: Foto: ROBERT ATANASOVSKI AFP
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Os líderes da União Europeia (UE) e Turquia se reunirão no domingo em uma cúpula que deverá servir a Ancara para obter um novo impulso à sua adesão ao bloco e uma ajuda financeira e 3 bilhões de euros para deter a chegada de migrantes.

A cúpula acontecerá em um contexto de tensão internacional, poucos dias depois de a Turquia derrubar um caça-bombardeiro russo perto da fronteira com a Síria, de onde vem a grande maioria dos refugiados que chegam à Europa.

"Para a UE, a cúpula visa reduzir o fluxo de migrantes. Para os turcos, trata-se de dar um novo impulso ao processo de adesão" ao bloco, afirmou uma fonte envolvida nas negociações sobre o texto final.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, defenderá em Bruxelas a posição de Ancara, e não o presidente Recep Tayyip Erdogan.

"O que é complicado é que haverá, ao mesmo tempo, uma negociação entre europeus e uma com os turcos", indicou outra fonte europeia.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, participará da cúpula convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

A Alemanha, ansiosa em  concluir um acordo com a Turquia, pressionou Tusk a convocar a cúpula, apesar da ameaça terrorista ainda presente na capital belga.

O objetivo é lançar a implementação do "plano de ação conjunto" negociado pela Comissão Europeia com Ancara, e que enumera uma série de compromissos, incluindo um controle das fronteiras com a UE.

A cúpula também ratificará a contribuição financeira da UE à Turquia, de 3 bilhões de euros, para ajudar Ancara a receber os refugiados em seu território.

Enquanto cerca de 700.000 imigrantes chegaram à Europa através da Turquia, o país também abriga cerca de 2,2 milhões de refugiados e requerentes de asilo.

O governo islâmico-conservador turco, reeleito recentemente, também não quer perder a chance de colher os frutos políticos desta nova cooperação.

A UE manifestou a sua vontade de acelerar o processo já em curso de isentar da obrigação de visto os cidadãos turcos que viajem para a Europa, além de se comprometer em "dar um novo impulso" às negociações de adesão da Turquia paralisadas há anos.

"Fomos informados de que o Capítulo 17 das negociações [sobre a política econômica e monetária] será aberto em meados de dezembro", declarou o presidente Erdogan na quinta-feira.

A UE concorda globalmente sobre o princípio desta nova cooperação, mas os membros do bloco permanecem divididos sobre o alcance das promessas e condições.

A UE criticou no início de novembro, "a tendência geral negativa no respeito ao Estado de Direito e aos direitos fundamentais" na Turquia e pediu ao novo governo turco "respostas a estas prioridades urgentes".

Quanto à ajuda financeira prometida, se todos concordarem em comprometer-se com 3 bilhões de euros, este montante será concedido "em um ano ou em duas fases", explicou uma fonte.

As tensões entre a Turquia e a Rússia, num momento em que a França procura forjar uma aliança contra o Estado islâmico, "complicaram ainda mais o diálogo, já difícil entre a UE e a Turquia", acredita Ian Lessern, especialista no German Marshall Fund, em Bruxelas.

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