RELIGIÃO

Papa Francisco lembra mártires anglicanos e católicos em Uganda

Francisco orou em santuários dedicados aos 23 anglicanos e 22 mártires católicos que foram mortos entre 1885 e 1887 sob as ordens de um rei local

Do Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 28/11/2015 às 8:26
GIUSEPPE CACACE / AFP
Francisco orou em santuários dedicados aos 23 anglicanos e 22 mártires católicos que foram mortos entre 1885 e 1887 sob as ordens de um rei local - FOTO: GIUSEPPE CACACE / AFP
Leitura:

O Papa Francisco lembrou neste sábado os cristãos ugandenses que foram queimados vivos em vez de renunciar à sua fé, um século atrás, exortando os católicos de hoje para seguirem seus exemplos e espalharem a fé por todas as partes.

Francisco orou em santuários dedicados aos 23 anglicanos e 22 mártires católicos que foram mortos entre 1885 e 1887 sob as ordens de um rei local, que combatia a influência do cristianismo no seu reino central de Uganda. Segundo os historiadores, os cristãos também foram mortos por terem resistido a assédios sexuais do rei, pregando a oposição da Igreja à homossexualidade.

Em Namugongo, cidade próxima a capital Kampala, onde a maioria dos mártires foram queimados vivos, Francisco orou pela primeira vez no santuário dedicado aos anglicanos, ajoelhando-se diante de um pedaço da mesma árvore onde foram torturados antes de serem executados. Depois, ele rezou no santuário católico e celebrou a missa em homenagem a eles para marcar o 50º aniversário da canonização dos católicos.

Eram esperadas cerca de 2 milhões de pessoas para participarem da missa, incluindo o Presidente de Uganda, Yoweri Museveni, além do presidente do Sudão do Sul e do descendente do rei que ordenou a morte dos católicos e anglicanos. Francisco pediu que usassem o exemplo dos mártires da fé, e se dedicassem a cuidar "dos idosos, dos pobres, das viúvas e dos abandonados."

"Esse legado não pode ser só uma lembrança ocasional ou ser admirado em um museu como uma jóia preciosa", disse ele. "Em vez disso, temos que honrar a eles e a todos os santos, levando seu testemunho de Cristo, em nossas casas e bairros, em nossos locais de trabalho e de convivência social, seja em nossas casas, seja se viajarmos para o canto mais distante do mundo."

Durante os dois dias em Uganda, espera-se que Francisco toque em alguns assuntos já levantados por ele na primeira parte da visita à África, no Quênia: a corrupção, a pobreza e o incentivo a jovens cristãos para que tenham esperança e encorajamento. Após a missa neste sábado, o Papa tem em sua agenda uma reunião com os jovens, uma visita a uma instituição de caridade e um encontro com os sacerdotes locais, seminaristas e freiras. Fonte: Associated Press

Últimas notícias