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O número de migrantes que chegaram à Europa através do Mediterrâneo caiu mais de um terço em novembro, anunciou nesta terça-feira a ONU, apontando as condições climáticas e a luta contra os traficantes na Turquia. Em novembro, 140.000 migrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo para chegar à Europa, 36,5% a menos que em outubro (220.535), de acordo com dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
"Este é o primeiro (mês) que registramos uma queda este ano", em uma comparação mensal, indicou um porta-voz do Acnur, William Spindler, em entrevista coletiva em Genebra. "Esta é uma queda acentuada, embora os números ainda sejam muito elevados. A razão para essa desaceleração tem a ver com as mudanças no clima, as condições (de navegação) no Mar Egeu, mas também com a repressão aos traficantes pelas autoridades da Turquia", afirmou.
Estas declarações ocorrem dois dias após o acordo concluído em Bruxelas pelos líderes dos países da União Europeia (UE) e o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu em uma tentativa de conter o fluxo de migrantes. O "plano de ação" alcançado no domingo prevê o pagamento pela UE de uma ajuda de 3 bilhões de euros à Turquia, que acolhe 2,2 milhões de refugiados sírios, em troca de seu compromisso com o controle de suas fronteiras e uma cooperação na luta contra os traficantes que operam a partir de sua costa.
Ancara obteve em troca a promessa de uma aceleração das negociações em curso para facilitar a concessão de vistos para a Europa. No total, mais de 886.000 migrantes, em sua maioria refugiados sírios, cruzaram o Mediterrâneo para chegar à Europa em 2015, e a grande maioria - 738.000 - passou pela Grécia e ilhas do Mar Egeu. Cerca de 3.500 morreram ou estão desaparecidos.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o número de mulheres e crianças entre os refugiados e migrantes tem aumentado nos últimos meses e agora representam mais da metade das chegadas (52%), contra cerca de um terço (27%) no verão.
"No Mediterrâneo oriental, pelo menos 30% das mortes deste ano eram crianças", ou cerca de mil, segundo as duas organizações.