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Após o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana (MG), o prefeito Duarte Júnior está buscando novas parcerias para diversificar a economia local e enfrentar os problemas da tragédia. Ele chegou nesta quarta-feira (2) a Paris para participar da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) em busca de investimentos para a cidade e cooperações técnicas e financiamento para mitigar os danos em municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, afetados pela lama da barragem.
O rompimento da Barragem Fundão ocorreu no dia 5 de novembro e liberou mais de 50 mil toneladas de lama com rejeitos de mineração, destruiu o distrito de Bento Rodrigues (MG) e atingiu o Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo.
Antes de seguir para Paris, em mensagem publicada no Facebook da Prefeitura de Mariana, Duarte disse que o momento é muito difícil e “é preciso demonstrar para o mundo que aqui [em Mariana] aconteceu uma enorme tragédia, mas não vamos esquecer do nosso passado e vamos levantar a cabeça para o nosso futuro”.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, durante coletiva sobre o rompimento de barragens da mineradora Samarco no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas (Antonio Cruz/Agência Brasil)
“Estou indo com o único comprometimento de buscar maior parceria para Mariana, tornar essa cidade mais forte, […] com a intenção de tentar diversificar nossa economia, de tentar melhora a nossa qualidade de vida”, disse o prefeito na mensagem, contando que volta ao Brasil no sábado (5).
No último mês de novembro, em entrevista à Agência Brasil, o prefeito disse que 80% da arrecadação do município depende da mineração e que defender o fim dessa atividade é “fechar as portas” da cidade. Ele, entretanto, não isentou a Samarco da responsabilidade pela tragédia.
Duarte Júnior integra a delegação de prefeitos brasileiros da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) na COP21. Segundo a FNP, além da busca por apoio técnico, o encontro que ocorrerá amanhã (3) com representantes de instituições internacionais apresentará as dimensões da catástrofe, suas consequências para os 39 governos locais afetados e as providências tomadas até o momento. Outra expectativa da organização é a discussão de formas para enfrentar, de maneira integrada, eventos dessa natureza e a reflexão sobre um extrativismo sustentável das atividades de mineração da região.
A FNP informou que o encontro com os prefeitos já tem a confirmação do Ministério de Relações Exteriores da França e representantes de instituições como Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), World Resources Institute (WRI), Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade, Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), Fundação Avina, Greenpeace, Agence Française de Développement (AFD) e Cités Unies France.
A COP21 busca um acordo entre mais de 190 países para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O evento começou na segunda-feira (30) e segue até o dia 11 de dezembro.