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Três mesquitas foram fechadas na França desde a semana passada, sob o estado de emergência imposto após os atentados de Paris, informou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
"A medida de fechamento de mesquitas por motivo de radicalização (...) nunca havia sido tomada" no país até então, explicou Cazeneuve em um comunicado à imprensa.
Em Lagny-sur-Marne (leste da capital), uma vasta operação da polícia levou ao fechamento de uma mesquita apresentada como salafista.
As outras duas mesquitas em causa, fechadas na semana passada, estão localizadas em Lyon (leste) e Gennevilliers (arredores de Paris), informou. O fechamento destas é "provisório", durante o tempo de duração do estado de emergência.
A leste de Paris, a intervenção, de uma extensão inédita, conduzirá à "dissolução definitiva, em conselho de ministros e o mais rápido possível, de três associações pseudo-religiosas", declarou o ministro.
É a primeira vez que o governo anuncia o desmantelamento de associações de culto - com base na lei de 1955 sobre o estado de emergência recentemente modificadas - desde os atentados de 13 de novembro que fizeram 130 mortos.
Em Lagny, a ação policial "levou à 22 notificações de proibição de saída do território", "a nove detenções residenciais de indivíduos radicalizados", e à apreensão de um revólver 9 milímetros "de um indivíduo que foi imediatamente colocado sob custódia", segundo Bernard Cazeneuve.
Além disso, na casa dos "líderes" da mesquita de Lagny foram apreendidos documentos sobre a jihad e "um disco rígido escondido". Uma madrassa (escola islâmica) não declarada também foi descoberta.
Os bens do imã Mohamed Hammoumi, que presidia uma das associações implicadas e que oficiou na mesquita até dezembro de 2014, quando se mudou para o Egito, foram congelados no fim de abril.
Em um novo balanço do estado de emergência, o ministro informou 2.235 buscas, que levaram à 263 prisões.
Da mesma forma, 334 armas foram apreendidas, incluindo 145 armas longas e 34 armas de guerra.