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Homens armados explodiram nesta quarta-feira uma igreja católica em Aden, segunda maior cidade do Iêmen, onde jihadistas aumentaram a sua presença em meio a uma crescente insegurança, de acordo com fontes da segurança e testemunhas.
Com gritos de "Allah Akbar" ("Deus é grande"), quatro homens mascarados invadiram o bairro residencial de Moualla onde destruíram a igreja com explosivos, disseram as fontes. O edifício foi reduzido a uma pilha de escombros, afirmaram os habitantes de Hafoun, área onde o ataque ocorreu.
A igreja, ao lado de um cemitério cristão, era um pequeno local de culto construído em 1950 durante o protetorado britânico e não era mais frequentado há, segundo os moradores. O ataque não foi reivindicado, mas um oficial da polícia apontou para os jihadistas da Al-Qaeda ou do grupo Estado Islâmico (EI), que estariam se aproveitando da guerra civil e da ausência de Estado.
"Isso prenuncia a batalha que os (novos) governador e chefe da polícia de Aden terão de travar contra os grupos terroristas Daech (acrônimo em árabe do EI) e Al-Qaeda", afirmou o agente à AFP. Ele estava se referindo ao sucessor do governador de Aden Jaafar Saad, morto no domingo em um ataque com carro-bomba, reivindicado pelo EI.
Em 16 de setembro, a Igreja São José, localizada em Crater, outro bairro de Aden, foi incendiada por homens mascarados. A prática de religiões diferentes do islã tem diminuído de forma constante desde a unificação do Iêmen em 1990. O destino de vários milhares de cristãos foi totalmente ocultado dada as tensões entre muçulmanos sunitas e xiitas, que compõem 99% da população.
Os cristãos no Iêmen são estrangeiros, refugiados ou residentes temporários, que se mantém muito discretos pelo medo de grupos jihadistas. Aden foi até 1967 uma cidade-Estado administrada pelos britânicos, onde havia dezenas de igrejas, templos e sinagogas.