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O regime norte-coreanao mantém cerca de 2.600 trabalhadores na Mongólia e Polônia trabalhando em condições de semiescravatura para enviar divisas ao país, denunciou nesta quarta-feira (23) uma organização não governamental (ONG) da vizinha Coreia do Sul.
O Centro de Bases de Dados para os Direitos Humanos na Coreia do Norte, uma ONG sediada em Seul, informou que cerca de 1.800 norte-coreanos trabalham no setor da construção e de confecções da Mongólia e 800 na construção e em estaleiros da Polônia.
Os trabalhadores atuam 12 horas por dia para receber menos de US$ 100 por mês, já que estão obrigados a entregar ao regime norte-coreano aproximadamente 90% do seu salário, segundo dados da organização publicados na imprensa sul-coreana. Tanto a Mongólia quanto a Polônia mantêm com a Coreia do Norte laços diplomáticos que remontam à época da Guerra Fria.
Os trabalhadores dos dois países são uma pequena parte dos mais de 150 mil norte-coreanos que operam em condições similares em todo o mundo, a maioria deles na China e Rússia, denunciaram organizações internacionais como a Human Rights Watch (HRW) e a NK Watch.
O regime da Coreia do Norte utiliza esses trabalhadores para obter divisas entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões anualmente, de acordo com o Centro de Bases de Dados para os Direitos Humanos.
A economia norte-coreana, afetada pelas sanções das Nações Unidas e pela grande crise dos anos 1990, mostrou sinais de revitalização desde que Kim Jong-un chegou ao poder no fim de 2011, especialmente no setor da construção e obras públicas.
Segundo especialistas, as remessas de divisas dos seus trabalhadores no estrangeiro contribuem de forma significativa para o financiamento do desenvolvimento na nova era da dinastia Kim.