Diplomacia

PKK considera 'fechados' os 'canais de comunicação' com a Turquia

Em 2012, o início das conversações entre Ancara e o PKK tinha alimentado a esperança de um possível final do conflito curdo

Da AFP
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Publicado em 24/12/2015 às 21:38
Foto: OZAN KOSE/  AFP
Em 2012, o início das conversações entre Ancara e o PKK tinha alimentado a esperança de um possível final do conflito curdo - FOTO: Foto: OZAN KOSE/ AFP
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"Todos os canais de comunicação" entre a guerrilha curda e a Turquia "estão fechados", afirmou um dos principais dirigentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em declarações ao jornal francês Le Monde, difundidas nesta quinta-feira (24).

"Não temos mais nenhum contato" e "voltamos a um estado de guerra", prosseguiu Cemil Bayik, que respondeu às perguntas do jornal francês em seu reduto nas montanhas Kandil, no extremo norte do Curdistão iraquiano, na fronteira com o Irã. "O Estado turco deixou de estar em uma lógica de negociações ou de soluções e passou a estar em uma lógica de eliminação do movimento curdo", acrescentou Bayik, para quem o PKK realiza atualmente um "combate existencial".

"Temos previsto anunciar em breve a criação de uma frente revolucionária de resistência com outras organizações do interior e do exterior da Turquia, as quais compartilham nosso comandante e lutarão conosco contra o regime" do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentou, sem dar maiores detalhes. Segundo fontes das forças de segurança, mais de cem supostos rebeldes do PKK foram mortos nos últimos dias em uma operação sem precedentes do exército e da polícia na Turquia em várias cidades da península de Anatólia, na fronteira com o Iraque e a Síria.

A ofensiva também deixou vítimas entre a população civil e nas fileiras do Exército. Em 2012, o início das conversações entre Ancara e o PKK tinha alimentado a esperança de um possível final do conflito curdo, que deixou mais de 40.000 mortos desde 1984.  No entanto, em 20 de julho, um atentado suicida atribuído ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) matou 32 militantes pró-curdos em Suruç, na fronteira com a Síria.

Um setor do PKK reagiu, matando dois policiais e acusando a Turquia de apoiar os jihadistas, após o que Ancara lançou uma "guerra contra o terrorismo", prometendo "destruir" o PKK. Desde então, foram retomados os atos de violência no sudeste do país, majoritariamente curdo. O PKK desmentiu ter favorecido esta escalada e falou de atos realizados em "defesa própria".

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