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A epidemia de ebola registrada no oeste da África foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior, mais severa e mais complexa já registrada na história da humanidade. Até o dia 20 de dezembro deste ano, 28.637 casos foram identificados em todo o mundo, além de 11.315 mortes. No Brasil, pelo menos dois casos suspeitos foram registrados – um em Cascavel (PR) e outro em Belo Horizonte (MG) – e, posteriormente, descartados.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1976 em dois surtos simultâneos – um em Nzara, no Sudão, e outro em Yambuku, na República Democrática do Congo. Na atual epidemia, iniciada em 2014, foram confirmados mais casos e mais mortes provocadas pela infecção do que em todos os surtos anteriores somados. A doença, conhecida como febre hemorrágica ebola, é grave e geralmente fatal em humanos, sobretudo se não tratada.
Outro agravante, segundo a OMS, é que o ebola, desta vez, cruzou fronteiras e se espalhou entre diversos países, começando pela Guiné e passando por Serra Leoa, Libéria, Nigéria, Senegal, Mali e Estados Unidos. As nações mais seriamente afetadas pela doença foram Guiné, Libéria e Serra Leoa, em razão de sistemas de saúde precários e por se tratarem de localidades que enfrentaram recentemente períodos de conflito e instabilidade.
A própria OMS admite que a atual epidemia ganhou proporção tão grande que muitos temiam que o vírus ebola fosse o patógeno responsável pelo fim da civilização. “Agora, um ano depois, o terror foi substituído pela confiança de que forte liderança; adaptação da resposta a culturas e ambientes; e inovação viraram a maré”, declarou a instituição.
Dados coletados pela entidade mostram que a Libéria conseguiu interromper a transmissão da doença e que Serra Leoa está próximo de atingir o mesmo marco. Guiné, por sua vez, ainda registra casos de infecção por ebola, mas em números bem mais baixos que os anteriormente registrados e por meio de surtos passíveis de serem controlados.
Este mês, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, declarou que a epidemia de ebola permanece classificada como emergência em saúde pública de interesse internacional, mantendo o decreto emitido em agosto do ano passado. Até o momento, nenhuma vacina contra a doença foi licenciada, mas dois candidatos em potencial, segundo a entidade, estão em avaliação.