França

Paris presta homenagem às vítimas dos atentados de 2015

Praça, vigiada por atiradores posicionados nos telhados dos edifícios próximos, não ficou lotada desta vez, no último ato de uma semana de homenagens

Da AFP
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Publicado em 10/01/2016 às 13:55
Foto: R.Rodrigues / POOL Agences / AFP
Praça, vigiada por atiradores posicionados nos telhados dos edifícios próximos, não ficou lotada desta vez, no último ato de uma semana de homenagens - FOTO: Foto: R.Rodrigues / POOL Agences / AFP
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A França prestou neste domingo homenagem às quase 150 pessoas que morreram nos ataques jihadistas de janeiro e novembro de 2015 em Paris. O presidente François Hollande e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inauguraram durante a manhã uma placa de recordação na Praça da República.  Neste local, os parisienses se reuniram de forma espontânea após os atentados que deixaram 17 mortos em janeiro de 2015 - 12 na sede da revista satírica Charlie Hebdo, uma policial assassinada e quatro judeus mortos em um supermercado kosher.

A praça, vigiada por atiradores posicionados nos telhados dos edifícios próximos, não ficou lotada desta vez, no último ato de uma semana de homenagens. Após a inauguração da placa, o cantor Johnny Hallyday interpretou "Un dimanche de janvier" ("Um domingo de janeiro"), uma canção em memória da grande mobilização após os ataques de janeiro. 

O coral do exército francês cantou "Les prénoms de Paris" ("Os nomes de Paris"), do falecido Jacques Brel, antes da leitura de um discurso pronunciado pelo escritor Victor Hugo em seu retorno do exílio, em 5 de setembro de 1870.

"Salvar Paris é mais que salvar a França, é salvar o mundo. Paris é o centro da humanidade. Paris é a cidade sagrada. Quem ataca Paris ataca todo o gênero humano", afirmou na época o autor. 

Uma grande faixa com o lema de Paris, "Fluctuat nec mergitur" (Atingida pelas ondas, mas sem afundar), foi posicionada na praça. 

O ato encerrou um ano complicado para a França, que voltou a ser atacada em 13 de novembro em Paris, quando uma série de atentados reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) deixou 130 mortos e centenas de feridos.  

Os ataques deixaram marcas no país. Desde janeiro, os militares vigiam as ruas de Paris, assim como as sinagogas, as escolas e as mesquitas de todo o país. O governo decretou em novembro estado de emergência e as operações das forças de segurança aumentaram desde então. 

Visita surpresa à mesquita 

No último dia de uma semana de tributos, o presidente François Hollande fez neste domingo uma visita inesperada à grande mesquita de Paris. 

O chefe de Estado visitou o templo muçulmano depois de comparecer à cerimônia em memória das vítimas dos ataques jihadistas na Praça da República. 

"O presidente teve um momento de intercâmbio, convivência e fraternidade em volta de um chá", disse uma fonte do governo.

Neste fim de semana, várias mesquitas da França abriram as portas por ocasião do primeiro aniversário dos ataques à revista Charlie Hebdo e a um supermercado judaico para um "chá da fraternidade".

Hollande, acompanhado pelo ministro do Interior Bernard Cazeneuve, foi recebido pelo reitor da mesquita, Dalil Boubakeur, e pelo presidente do Conselho Francês de Culto Muçulmano (CFCM), Anouar Kbibech.

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