O grupo farmacêutico português Bial, fabricante do medicamento experimental que deixou uma pessoa em estado de morte cerebral durante um teste clínico na França, garantiu na sexta-feira (15) que respeitou as regras internacionais e a "legislação" vigentes.
Em comunicado, a Bial prometeu "colaborar" com a investigação para "determinar de modo rigoroso e exaustivo as causas" do acidente, que levou à morte cerebral de um dos pacientes.
O teste da molécula para o alívio da dor (analgésico) contendo canabinoides também resultou na hospitalização de cinco voluntários. As seis vítimas, homens com idades entre 28 e 49 anos, tomaram a droga repetidamente.
"Nossa preocupação principal é, neste momento, acompanhar os participantes do teste", em particular aqueles que foram hospitalizados, garantiu o laboratório Bial.
O fabricante explicou que o produto testado é um "inibidor da enzima FAAH" cujo desenvolvimento "respeita desde o início todas as boas práticas internacionais, com a realização de testes pré-clínicos, especialmente no campo da toxicologia".
"este teste foi aprovado pelas autoridades sanitárias reguladoras e o comitê de ética francês", afirmou o grupo farmacêutico.
Segundo o laboratório, "108 voluntários em bom estado de saúde participaram dos testes desta nova molécula sem manifestar qualquer reação indesejável, quer seja moderada ou grave".
O balanço da Bial é ainda maior do que o feito pela ministra francesa da Saúde Marisol Touraine, que anunciou um pouco mais cedo que 90 pessoas haviam administrado a substância, em doses variáveis.
Neste estágio, a causa do acidente - natureza da molécula ou dosagem - ainda não é conhecida.
Sediado no norte de Portugal, perto da cidade do Porto, o grupo Bial se apresenta como principal grupo farmacêutico português, fundado em 1924 e presente em 58 países.
Ele está presenta em diversos setores terapêuticos como o sistema nervoso, cardiovascular e problemas respiratórios, ou ainda os antibióticos e as alergias, segundo sua página na internet.
O teste clínico foi conduzido desde o início do verão no hemisfério norte (junho) pela empresa Biotrial, um centro de pesquisa médica credenciado pelo ministério da Saúde francês.