RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Líder supremo do Irã mostra ''pessimismo'' sobre intenção dos EUA, após acordo

Khamenei disse que Teerã deveria ''exercitar a prudência para que a outra parte implemente seus compromissos''

Do Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 19/01/2016 às 11:09
Foto: SAUL LOEB/AFP
Khamenei disse que Teerã deveria ''exercitar a prudência para que a outra parte implemente seus compromissos'' - FOTO: Foto: SAUL LOEB/AFP
Leitura:

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu nesta terça-feira (19) que seu país seja vigilante a fim de garantir que as potências mundiais cumpram suas promessas, no âmbito de um novo acordo nuclear recentemente implementado. Além disso, Khamenei expressou "pessimismo" sobre as intenções dos Estados Unidos, informou a imprensa estatal iraniana.

Em suas primeiras declarações públicas desde que as sanções internacionais foram retiradas, após o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmando que o Irã havia cumprido totalmente com as normas para controlar seu programa nuclear, Khamenei disse que Teerã deveria "exercitar a prudência para que a outra parte implemente seus compromissos". Ele acrescentou que "expressões de alguns políticos dos EUA nos últimos dias são fonte de pessimismo", sem dar detalhes.

Os comentários foram os primeiros da autoridade iraniana desde que o acordo foi implementado, no fim de semana, e constavam de uma carta enviada pelo aiatolá ao presidente Hassan Rouhani nesta terça-feira. Khamenei disse que o Irã pagou um preço considerável para concluir o acordo.

No domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou sanções contra 11 indivíduos e entidades por causa de testes de mísseis balísticos feitos pelo Irã em outubro. Obama também disse que atuará para conter o "comportamento desestabilizador" do Irã no Oriente Médio.

Khamenei, a mais importante autoridade iraniana, elogiou os negociadores de seu país, enquanto ao mesmo tempo mostrou forte desconfiança ante os Estados Unidos. Pelo acordo, o Irã concordou em limitar suas atividade nucleares, em troca da retirada de sanções. As potências do Ocidente avaliavam que o programa nuclear iraniano tinha também uma dimensão militar, o que era negado por Teerã. 

Últimas notícias