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Berlim e Londres prometem ajudas milionárias para refugiados sírios

A conferência conta com a participação do secretário de Estado americano, John Kerry

Da AFP
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Publicado em 04/02/2016 às 13:10
Foto: ODD ANDERSEN/AFP
A conferência conta com a participação do secretário de Estado americano, John Kerry - FOTO: Foto: ODD ANDERSEN/AFP
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A Alemanha e o Reino Unido anunciaram nesta quinta-feira (4) contribuições milionárias para os refugiados sírios, em uma conferência internacional em Londres marcada pela suspensão das negociações indiretas iniciadas para colocar fim à guerra civil na Síria.

A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou uma ajuda de 2,57 bilhões de dólares (2,3 bilhões de euros) para paliar a situação dos refugiados sírios, e o Reino Unido outros 1,74 bilhão de dólares (1,575 bilhão de euros).

Juntos somam 4,31 bilhões de dólares, cerca da metade dos 9 bilhões que esperavam arrecadar nesta conferência.

Com isso, Merkel quer evitar "uma situação na qual a comida aos refugiados seja reduzida".

 

Kerry avisa a Rússia

A conferência conta com a participação do secretário de Estado americano, John Kerry, que em uma franca discussão com seu colega russo, Serguei Lavrov, pediu que a Rússia detenha seus bombardeios na Síria, iniciados em 30 de setembro.

Kerry lembrou a Lavrov que já existe uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um cessar-fogo imediato na Síria, para permitir levar ajuda às cidades sitiadas.

"A Rússia tem a responsabilidade, como todas as partes, de respeitá-la", disse Kerry à imprensa.

"Esta manhã tive uma conversa com o ministro das Relações Exteriores Lavrov. Falamos, e concordamos que temos que ver como cumprir o cessar-fogo".

As declarações de Kerry ocorrem pouco depois do anúncio da ONU da suspensão das discussões indiretas de paz entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição síria.

Durante seis dias, o emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, conversou em Genebra separadamente com uma delegação do governo e outra da oposição. Na quarta-feira, o diplomata anunciou uma pausa, e disse que os contatos prosseguirão a partir de 25 de fevereiro.

A suspensão do diálogo revela "as profundas divisões", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"A pausa temporária" nas negociações "mostra como são profundas e difíceis as divisões" entre as partes, disse em um discurso na conferência humanitária de Londres.

"É profundamente perturbador que os passos iniciais nas negociações tenham sido minados pela contínua falta de acesso da ajuda humanitária e pelo súbito aumento dos bombardeios aéreos e das atividades militares na Síria", lamentou Ban.

A Rússia, por sua vez, lamentou a pausa, mas disse que "ninguém esperava que tudo fosse simples e rápido", segundo o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

"Ninguém esperava resultados imediatos na primeira rodada" de contatos. "Esperamos que ocorram em breve esclarecimentos sobre a maneira como as negociações vão continuar", acrescentou o porta-voz.

"Está claro que a próxima etapa será complicada, e esperamos que depois desta pausa vejamos a próxima rodada destas complexas negociações", indicou Peskov.

A conferência anterior de doadores da Síria, em 2015, buscava obter 8,8 bilhões de dólares, mas apenas 3,3 bilhões foram acumulados.

Um total de 4,6 milhões de sírios fugiram a países vizinhos (Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito), enquanto centenas de milhares chegaram à Europa colocando suas vidas em risco na travessia do Mediterrâneo.

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