Conselho de segurança

ONU pede à Coreia do Norte para parar com ações provocatórias

No comunicado, Ban Ki-moon refirma o seu compromisso em trabalhar com todos os lados para reduzir as tensões

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 07/02/2016 às 12:12
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No comunicado, Ban Ki-moon refirma o seu compromisso em trabalhar com todos os lados para reduzir as tensões - FOTO: Foto: KNS / KCNA / AFP
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu neste domingo (7) à Coreia do Norte para "parar com as ações provocatórias", após o lançamento de um foguete de longo alcance. "É profundamente lamentável que a República Popular Democrática da Coreia tenha realizado um lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos, violando resoluções do Conselho de Segurança [da ONU]", disse Ban Ki-moon, em comunicado.

O secretário-geral das Nações Unidas apela à Coreia do Norte para "parar com as ações provocatórias" e respeitar as suas "obrigações internacionais". No comunicado, Ban Ki-moon "refirma o seu compromisso em trabalhar com todos os lados para reduzir as tensões" e conseguir a "desnuclearização da península coreana".

A Coreia do Norte assegura que o lançamento do foguete foi bem sucedido e que colocou em órbita um satélite espacial de observação terrestre. Fontes dos governos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos confirmaram o êxito da operação norte-coreana, que é considerada pela comunidade internacional como um teste encoberto de mísseis balísticos.

O último lançamento deste tipo por parte da Coreia do Norte aconteceu em 2012, quando Pyongyang conseguiu colocar em órbita um satélite através do seu foguete de longo alcance Unha-3, uma ação que a comunidade internacional considerou também como parte do seu programa de desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais e que levou a aplicação de novas sanções por parte da ONU.

Após a ação da Coreia do Norte, a Coreia do Sul e os Estados Unidos decidiram abrir conversas formais para a instalação de um sistema antimísseis norte-americano na península coreana, a que a China se opõe, anunciou o governo de Seul.

Vários líderes mundiais se manifestaram condenando o lançamento do foguete. A Inglaterra prometeu trabalhar com os aliados para “uma resposta robusta” se Pyongyang continuar violando as resoluções das Nações Unidas. “Condenamos veementemente o lançamento do míssil pela Coreia do Norte”, disse o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado, citando várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem a tecnologia dos mísseis balísticos.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, considerou "absolutamente intolerável" o lançamento do foguete. Abe ressaltou que é uma "violação clara" das resoluções das Nações Unidas.

A França classificou como uma "provocação sem sentido" e pediu "uma reação rápida e severa da comunidade internacional no Conselho de Segurança", que se reúne hoje em Nova Iorque, em reunião de emergência. "A França denuncia com a maior firmeza a nova violação flagrante pela Coreia do Norte das resoluções do Conselho de Segurança. O lançamento do foguete esta noite, um mês depois de um ensaio nuclear, é uma provocação sem sentido", declarou o governo francês, em comunicado.

A Rússia também condenou a ação norte-coreana, que considera ser "muito prejudicial" para a segurança regional, incluindo a de Pyongyang. "É evidente que tais ações conduzem a um agravamento sério da situação na península coreana e no nordeste da Ásia" e "é muito prejudicial para a segurança dos países da região, em particular e em primeiro lugar da própria Coreia do Norte", disse o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado.

A Rússia, que é um dos raros aliados do regime mais isolado do mundo com o qual partilha uma fronteira, adiantou que Pyongyang manifestou uma vez mais "um desprezo imprudente pelas regras do direito internacional". "O caminho escolhido por Pyongyang não pode senão suscitar um protesto firme", declarou o ministério russo. "Nós recomendamos urgentemente aos dirigentes norte-coreanos para se questionarem se a política que consiste em opor-se à comunidade internacional interessa ao país".

Os Estados Unidos garantiram que tomarão "todas as medidas necessárias" para defender a sua segurança e a dos seus aliados perante as "provocações" de Pyongyang. "O programa de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte representa uma séria ameaça aos nossos interesses - incluindo a segurança de alguns dos nossos aliados mais próximos - e mina a paz e a segurança na região", diz o comunicado da principal assessora para assuntos de segurança nacional da presidência norte-americana, Susan Rice.

No comunicado, Rice pede à comunidade internacional para manter-se unida para mostrar à Coreia do Norte que as suas ações "devem ter graves consequências". Para os Estados Unidos, o lançamento do foguete da Coreia do Norte é "desestabilizador e provocador".

"Em relação à insistência da Coreia do Norte de levar a cabo um lançamento de tecnologia míssil, com a oposição da comunidade internacional, a China manifesta pesar", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em nota. A Coreia do Sul "tem o direito de usar pacificamente o espaço", mas esse direito "está limitado" por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, acrescentou, apelando ao diálogo e pedindo "a todas as partes relevantes" para lidarem "com calma" com a situação.

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