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O diretor da CIA, John Brennan, disse nesta quarta-feira (24) que apoia o pedido do FBI para que a justiça americana obrigue a Apple a desbloquear um iPhone usado por um dos atacantes em San Bernardino.
Em entrevista à Rádio Pública Nacional, o diretor da Agência Central de Inteligência afirmou que a opinião pública americana nunca aceitaria que criminosos ou terroristas tenham acesso exclusivo a um arquivo e questionou-se porque um iPhone criptografado deveria ser tratado de forma diferente.
A polêmica surgiu no fim da demanda do FBI à justiça, que agora exige da Apple que encontre uma forma de desbloquear dados criptografados no iPhone de Syed Farook, que praticou com a mulher o ataque terrorista de dezembro em San Bernardino (Califórnia), que deixou 14 mortos.
"O que as pessoas diriam se um banco tivesse uma caixa de depósitos protegida ou se uma companhia de armazenamento tivesse uma caixa própria (...) para reunir coisas e que o governo fosse impedido de acessar?", questionou-se Brennan.
"Desde que o FBI tenha motivos legítimos para tentar saber o que há em um telefone que é parte de uma investigação em curso", afirmou.
Os investigadores querem que a Apple os ajude a desbloquear o aparelho e pediram a assistência técnica da empresa em pelo menos outros dez casos.
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que "compreendia" o dilema da Apple e de outras empresas de tecnologia ofereceram apoio cauteloso.
O fundador da Microsoft, Bill Gates, falou sobre o tema e, em entrevista à BBC, disse que deveria haver um debate sobre se os governos "deveriam poder acessar toda informação ou ter o acesso vedado".
Brennan também foi interrogado mais amplamente sobre a ameaça terrorista. Disse que, apesar de a Al Qaeda ter sido "neutralizada" em várias regiões, a ameaça terrorista global aumentou consideravelmente com a ascensão do grupo Estado Islâmico, cujos alvos objetivos parecem ter poucos limites.