Patrimônio mundial da humanidade

TPI estuda julgar um dos responsáveis por destruição de Tombuctu

Ahmad Al Faqi Al Mahdi é acusado de ter dirigido pessoalmente os ataques em 2012 contra dez edifícios religiosos do centro histórico em Tombuctu

Da ABr
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Publicado em 01/03/2016 às 8:37
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Ahmad Al Faqi Al Mahdi é acusado de ter dirigido pessoalmente os ataques em 2012 contra dez edifícios religiosos do centro histórico em Tombuctu - FOTO: Foto: Reprodução /Google Maps
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A procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) tentará a partir desta terça-feira convencer o alto tribunal a julgar um chefe tuaregue do Mali pela destruição de vários mausoléus da histórica cidade de Tombuctu. Ahmad Al Faqi Al Mahdi, um dos líderes do Ansar Dine, um grupo islamita radical malinês associado à Al-Qaeda no Magreb Islânico (AQMI), dirigia a brigada de costumes ("Hesbah") da cidade quando ela estava nas mãos dos jihadistas. É acusado de ter dirigido pessoalmente os ataques em 2012 contra dez edifícios religiosos do centro histórico em Tombuctu, incluído na lista de patrimônio mundial da humanidade.

Al Faqi é o primeiro jihadista detido pelo TPI, o primeiro detido no âmbito da investigação sobre a violência de 2012 e 2013 no Mali e o primeiro acusado pelo tribunal por destruir edifícios religiosos e monumentos históricos. "É a primeira vez em que a destruição de monumentos históricos e religiosos é central na acusação", afirmou a ONG Open Society Justice Initiative. A cidade de Tombuctu, fundada entre os séculos XI e XII por tribos tuaregues, foi um grande centro intelectual e comercial do Islã.

Em 2012, a destruição por parte do Ansar Dine - em nome da luta contra a idolatria - de quatorze mausoléus de santos muçulmanos provocou uma onda de indignação em todo o mundo. Durante a audiência de confirmação de acusações, prevista para esta terça e quarta-feira, a procuradoria argumentará que o caso contra Al Faqi, de cerca de 40 anos, é suficientemente sólido para a realização de um julgamento.

Segundo a ordem de detenção contra ele, Al Faqi é responsável por crimes de guerra que destruíram nove mausoléus e uma das principais mesquitas da cidade, a de Sidi Yahia, entre 30 de junho e 10 de julho de 2012. "Estas acusações implicam crimes muito graves, trata-se da destruição de monumentos históricos insubstituíveis e ataques graves contra a dignidade e a identidade de populações inteiras", disse a procuradora Fatou Bensouda após a transferência de Al Faqi a partir do Níger.

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