O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (2) uma nova série de duras sanções contra a Coreia do Norte pelos últimos testes nuclear e balístico realizados pelo regime comunista.
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Esta resolução do Conselho, apresentada pelos Estados Unidos e adotada por unanimidade pelos 15 membros do organismo, inclui a China, único aliado de Pyongyang.
O presidente americano, Barack Obama, saudou nesta quarta-feira a adoção das sanções, e estimou que isso envia a mensagem de que Pyongyang deve abandonar seu programa de armas de destruição em massa.
A resolução unânime do Conselho é uma "resposta firme, unida e apropriada da comunidade internacional" aos últimos testes nuclear e balístico realizados pelo regime comunista, disse.
"A comunidade internacional, com uma só voz, enviou a Pyongyang uma mensagem simples: a Coreia do Norte deve abandonar estes perigosos programas e escolher um caminho melhor para seu povo", acrescentou o presidente.
A embaixadora americana nas Nações Unidas declarou ao Conselho que, enquanto o povo norte-coreano sofre de fome, Pyongyang embarca em uma corrida armamentista.
Esta corrida representa "uma ameaça extraordinária e crescente para a paz e a segurança", insistiu Samantha Power.
Pela primeira vez, países membros da ONU deverão inspecionar todas as mercadorias provenientes de, ou com destino à Coreia do Norte.
Também deverão proibir os navios suspeitos de transportar cargas ilegais para a Coreia do Norte façam escala em seus portos.
A resolução também impõe mais restrições às exportações norte-coreanas para limitar a capacidade do regime de financiar seus programas militares. Proíbem as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, ouro, titânio e outros minerais da Coreia do Norte.
As sanções também incluem o fornecimento de combustível para aviões e foguetes.
Por outro lado, os Estados membros da ONU deverão expulsar os diplomatas norte-coreanos envolvidos no contrabando ou qualquer outra atividade ilegal.
Relógios de luxo, motos, embarcações e outros artigos de luxo não podem ser vendidos à Coreia do Norte, uma medida que se dirige à elite de Pyongyang.
Estas sanções "estão entre as mais duras adotadas contra um país", declarou, por sua vez, o embaixador britânico Matthew Rycroft. "Marca uma mudança significativa de postura no Conselho de Segurança", acrescentou.
As negociações entre os Estados Unidos e a China duraram sete semanas para chegar a um acordo sobre o pacote de sanções, mas o impacto real das medidas dependem em grande parte de como Pequim as implementará.
O Japão e a Coreia do Sul também pressionaram os membros do Conselho em favor de sanções mais fortes do que aquelas em vigor desde 2006.
A China teme que exercer mais pressão sobre o regime possa causar o seu colapso e criar o caos na sua fronteira.
As negociações sobre um aumento das sanções coincidiram com o anúncio da Coreia do Sul e dos Estados Unidos de planos para implantar um novo sistema de defesa antimísseis na península coreana.
"Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão pararam de externalizar através da China sua política em relação a Coreia do Norte", considera Roberta Cohen, especialista em Coreia do Norte no Brookins Institution.
A China, e em menor grau a Rússia, "vão encontrar, como sempre, rachaduras", para evitar a plena aplicação das sanções da ONU, afirma Cohen.
Mas Pequim "avalia a evolução das fortes alianças militares entre os Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão e percebe que não pode continuar no caminho atual", acrescenta.