HOMENAGEM

Japão lembra com um minuto de silêncio terremoto e tsunami de 2011

Catástrofe que deixou 18.500 mortos ou desaparecidos e que provocou um acidente nuclear cujos efeitos ainda são visíveis

Da AFP
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Publicado em 11/03/2016 às 7:55
Foto: TORU YAMANAKA / AFP
Catástrofe que deixou 18.500 mortos ou desaparecidos e que provocou um acidente nuclear cujos efeitos ainda são visíveis - FOTO: Foto: TORU YAMANAKA / AFP
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Os japoneses prestavam homenagem nesta sexta-feira (11) às vítimas do terremoto e do tsunami registrados há exatamente cinco anos, uma catástrofe que deixou 18.500 mortos ou desaparecidos e que provocou um acidente nuclear cujos efeitos ainda são visíveis.

Apesar do frio e da chuva, milhares de famílias participaram com flores e velas da homenagem em diferentes pontos do nordeste do país, atingido pelo desastre.

Às 14h46 (02h46 de Brasília) foi observado um minuto de silêncio em todo o Japão, no momento preciso em que há cinco anos ocorreu um terremoto de magnitude 9 em frente à ilha principal de Honshu.

O imperador Akihito, a imperatriz Michiko, o primeiro-ministro Shinzo Abe e outros participantes da cerimônia de Tóquio inclinaram suas cabeças em sinal de homenagem.

"Passaram-se cinco anos desde a catástrofe; mais de 20.000 vítimas perderam a vida", declarou o imperador Akihito na cerimônia, junto à imperatriz e diante de um imenso canteiro de flores brancas e amarelas.

"O Japão recebeu o presente de ter uma natureza bonita, mas às vezes ela pode ser perigosa", destacou o chefe de Estado. "Nunca poderemos esquecer as imagens deste muro de água negra" caindo sobre as cidades destruídas pelo tsunami, acrescentou.

Lembranças dolorosas

"Quando vou às regiões afetadas tenho a impressão de que o desastre segue presente", comentou o primeiro-ministro Shinzo Abe, que prometeu um governo unido "para reconstruir um país mais resistente".

No dia 11 de março de 2011, cerca de 18.500 vidas foram varridas pelo tsunami. Outras três mil pessoas morreram posteriormente pelas consequências do drama.

Há vários dias, a imprensa não hesita em lembrar aquele dia fatídico: hordas de funcionários enlouquecidos abandonando de forma precipitada os arranha-céus de Tóquio, trens descarrilados no nordeste do país, imagens de cidades varridas pelo tsunami, milhares de desaparecidos...

Ao impacto causado pelas imagens das ondas gigantescas se somam rapidamente os primeiros sinais alarmantes da central nuclear de Fukushima Daiichi. Logo começavam as ordens de evacuação dos milhares de habitantes que viviam ao seu redor.

Há cinco anos, assim como outros 140.000 deslocados, Kenichi Hasegawa vive com sua esposa em uma casa provisória pré-fabricada.

"A pessoa leva esta vida sem se acostumar, estamos cansados", comentava ao canal NHK a esposa de Hasegawa.

Durante o dia, seu marido se dirige a sua antiga casa, na localidade de Iitatemura, totalmente evacuada, para limpar e "evitar que as ervas daninhas invadam tudo".

"É triste, não há ninguém, não vem ninguém", lamenta o homem.

"Nestas regiões rurais as famílias costumavam viver três gerações sob o mesmo teto. Agora estão dispersas devido ao acidente", conta Hasegawa, um camponês desempregado.

O governo japonês reconhece que, até o momento, foram construídas menos da metade das 30.000 casas prometidas aos deslocados que não têm meios para se realojar.

Após o desastre de Fukushima, o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl em 1986, o governo de então desligou todos os reatores nucleares do país, levando à compra em massa de combustíveis fósseis.

Mas nos últimos meses, o executivo de Shinzo Abe ordenou a reativação de alguns, argumentando que são essenciais para o abastecimento energético do país.

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