O governo colombiano e a guerrilha das Farc querem alcançar um acordo de paz o quanto antes, afirmou o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em entrevista ao jornal El País. "Creio que as duas partes querem terminar o quanto antes possível para começar implentar o acordo", declarou, sem querer antecipar datas.
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Na quinta, as Farc e Bogotá desistiram em separado do prazo fixado para assinar o acordo de paz em 23 de março e deixaram em aberto a opção para prorrogar as negociações mediadas por Cuba desde 2012 para encerrar mais de 50 anos de conflito armado.
O primeiro a admitir a prorrogação dos diálogos foi o presidente Juan Manuel Santos na quarta-feira.
"Depois de tanto esforço, depois de tanto tempo, se não alcançarmos em 23 de março um bom acordo, digo à outra parte que determinemos outra data, porque não vou cumprir um prazo com um mau acordo", afirmou o chefe de Estado, falando da Colômbia.
O líder das Farc Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenko", reforçou as declarações do presidente Santos.
"Concordo com o Presidente Santos que, para 23 de março, é materialmente impossível chegar a um acordo", escreveu no Twitter.
Joaquín Gómez, negociador das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana, já havia apoiado a posição do presidente.
"Nos parece que o presidente Santos agiu com objetividade e estamos de acordo com o que ele disse, e achamos que, sim, que depois do dia 23, pode haver um acordo", afirmou Gómez à imprensa.
"Estamos de acordo, de maneira consensual, sobre acertar outra data", acrescentou Gómez.
Dessa maneira, as Farc e o governo Santos abriram caminho para uma prorrogação das discussões para concluir um acordo que termine com meio século de conflito com a guerrilha. Após depor as armas, as Farc esperam se transformar em um partido político.
Não existe, porém, ao menos de conhecimento público, uma nova data em discussão. Por parte das Farc, acredita-se que o acordo possa ser assinado até o final do ano.
O prazo de 23 de março tinha alimentado uma expectativa maior pela visita histórica que o presidente Barack Obama fará a Cuba entre 20 e 22 deste mês. O governo americano - que financiou durante anos a luta contra as Farc - apoia as negociações com esta guerrilha.