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Justiça francesa para investigação sobre vacinas suspeitas contra hepatite B

Casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas se manifestaram em alguns pacientes vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina

Da AFP
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Publicado em 14/03/2016 às 18:30
Foto: Claudio FachelPalácio Piratini
Casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas se manifestaram em alguns pacientes vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina - FOTO: Foto: Claudio FachelPalácio Piratini
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Após 17 anos de análises, a Justiça francesa emitiu uma dispensa de investigação de uma vacina contra a hepatite B, que está envolvida no surgimento de certas doenças neurológicas, como a esclerose múltipla - informou nesta segunda-feira (14) uma fonte judicial.

A decisão do juiz de instrução está em conformidade com os requisitos dos promotores: que concluíram a ausência de "certa causalidade" entre a vacinação contra a hepatite B e o aparecimento destas doenças, não retendo "falta de imprudência ou negligência" dos acusados.

Uma das advogadas das partes civis, Gisèle Mor, contatada pela AFP, denunciou um "escândalo judiciário" estimando que "os juízes não realizaram verificações" sobre o trabalho de monitoramento do produto pela administração sanitária.  

A origem do caso tem sua origem numa vasta campanha lançada pelo governo francês em 1994, visando vacinar mais de 20 milhões de franceses contra a hepatite B, um vírus que acarreta em cirrose ou câncer de fígado. 

Casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas se manifestaram em alguns pacientes vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina. 

Uma investigação foi aberta em 1998 levando a um recenseamento de cerca de sessenta vítimas, das quais nove morreram, e ai indiciamento por "engano agravado" de três ex-diretores dos laboratórios farmacêuticos Sanofi-Aventis e GlaxoSmithKline. 

Os laboratórios e um médico foram colocados sob o status intermediário de testemunha assistida por "homicídios involuntários".

Este caso tem contribuído, entre outros fatores, para o desenvolvimento de um movimento anti-vacina na França, onde mais e mais pais estão relutantes em vacinar seus filhos.

A desconfiança da população nas vacinas em geral aumentou de 10% em 2005 para 40% em 2010, segundo o Instituto Nacional de Prevenção e Educação em Saúde.

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