O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, disse nesta segunda-feira (14) que a retomada das negociações de paz entre os enviados do governo e representantes da oposição é a "hora da verdade" e alertou que o "único plano B disponível é o retorno de uma guerra ainda mais forte".
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"O fracasso nas negociações poderia reviver a guerra", disse de Mistura. "Algumas pessoas pedem por um plano B, uma alternativa. Mas, até onde eu sei, o único plano B disponível é o retorno de uma guerra ainda pior do que já tivemos até agora", disse o enviado especial da ONU.
Staffan de Mistura conversou com os repórteres nesta segunda-feira momentos antes de retomar com as negociações de paz em Genebra, na Suíça, um mês depois de terem sido suspensas em meio a um aumento da violência na Síria. As negociações ocorrei depois de um "frágil" cessar-fogo que tem sido realizado desde 27 de fevereiro e a retomada das entregas de ajuda humanitária nas últimas semanas.
Os dois lados seguem profundamente divididos sobre o futuro do presidente da Síria, Bashar Assad. O ministro de Relações Exteriores, Walid al-Moallem, disse no sábado que qualquer conversa de remoção Assad durante um período transitório estipulado pela ONU será uma "linha vermelha" e rejeitou um pedido internacional para as eleições presidenciais, a serem realizadas no prazo de 18 meses - uma das principais exigências da oposição.
Muitos especialistas dizem que as negociação de paz é a melhor chance em anos para acabar com uma guerra que caminha para o sexto, e que já deixou ao menos 250 mortos e deu abertura para grupos radicais como o Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada da Al-Qaeda capturarem grande parte do território sírios, obrigando pelo menos 11 milhões de pessoas a abandonarem suas casas, seguindo para países como a Turquia, Jordânia, Líbano e Iraque, bem como para a Europa.
As duas outras rodadas de negociações falharam há dois anos. Os grupos designados pela ONU como terroristas - o Estado Islâmico e a Frente Nusra - são excluídos das conversas e o cessar-fogo não se aplica a áreas que eles controlam.