A Turquia bombardeou nesta segunda-feira (14) vários campos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque em represália ao atentado suicida de domingo (13) em Ancara, o segundo em menos de um mês, que deixou 36 mortos.
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Poucas horas depois do ataque na capital turca, dez caça-bombardeiros atingiram as bases dos rebeldes curdos nas montanhas do norte do Iraque, nos setores de Kandil e Gara, anunciou o Estado-Maior.
O atentado de domingo (13) não foi reivindicado, mas as autoridades têm como alvo os rebeldes curdos.
"Pensamos que um dos responsáveis é uma mulher relacionada ao PKK", disse à AFP um responsável turco que não quis se identificar. Segundo a imprensa, trata-se de Seher Cagla Demir, uma mulher que foi identificada por suas impressões digitais.
O atentado de domingo (13) lembra o de 17 de fevereiro no mesmo bairro de Ancara, quando um veículo suicida foi detonado contra um ônibus militar matando 29 pessoas. Desta vez, no entanto, era dirigido contra civis.
O carro-bomba explodiu contra um ônibus em Kizilay, um bairro muito movimentado do centro da capital turca.
O atentado de fevereiro havia sido reivindicado pelos Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), um grupo dissidente dos rebeldes do PKK, que ameaçou com novos ataques contra alvos turísticos.
Segundo um novo balanço anunciado pelo ministro da Saúde Mehmet Müezzinoglu nesta segunda-feira, ao menos 36 pessoas morreram no ataque e 71 seguem no hospital. Ao menos um dos autores também morreu, indicou.
Nesta segunda-feira, a praça Kizilay estava fechada à circulação e especialistas forenses seguiam recolhendo indícios no local da explosão, protegido com lonas brancas, segundo um fotógrafo da AFP no local.
No domingo, as autoridades não atribuíram imediatamente o atentado aos rebeldes curdos, como fizeram em 1º de fevereiro, acusando os curdos sírios (as Unidades de Proteção do Povo, YPG) com apoio do PKK. As duas organizações negaram seu envolvimento.
Antes da trégua na Síria que entrou em vigor em 27 de fevereiro, a Turquia bombardeou várias vezes posições em território sírio das YPG, uma organização que Ancara considera aliada do PKK.
Os Estados Unidos condenaram o ataque de domingo e reafirmaram sua solidariedade com a Turquia "na luta contra a ameaça comum do terrorismo", segundo o porta-voz do departamento de Estado, John Kirby.
A embaixada dos Estados Unidos na Turquia havia advertido na sexta-feira para um "possível ataque terrorista" em Ancara.
No ano passado foram retomados os combates entre as forças de segurança e o PKK em muitas cidades do sudeste da Turquia, de população majoritariamente curda.
Os combates colocaram fim à frágil trégua entre o governo e o PKK, que realiza uma insurreição armada desde 1984.