Diplomacia

Obama defende mais liberdade em Cuba, em discurso no último dia da visita

Autoridade deve colocar o foco sobre a repressão política e a miséria econômica na ilha

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 22/03/2016 às 11:25
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Autoridade deve colocar o foco sobre a repressão política e a miséria econômica na ilha - FOTO: Foto: AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz um discurso no qual exortará Cuba a caminhar para a democracia. A autoridade deve colocar o foco sobre a repressão política e a miséria econômica na ilha, nesta terça-feira, quando se reúne ainda com dissidentes e fala com o povo cubano, no último dia de uma viagem histórica.

O motivo de Obama para ir a Havana repousa na ideia de que a interação direta com os cubanos faria mais para dar a eles poder e levá-los a mudanças, após décadas de isolamento. Para isso, o discurso de Obama no Gran Teatro da Havana promete ser a melhor ocasião para o líder apresentar sua iniciativa para que Washington e a ilha deixem para trás os vestígios da Guerra Fria.

Mais tarde, Obama se encontra com dissidentes cubanos, críticos do governo do presidente Raúl Castro. Essa reunião era um requisito para que ele realizasse a visita, segundo a Casa Branca, rechaçando as sugestões de que Obama com a visita recompensa um sistema cujo tratamento aos dissidentes é contrário aos valores norte-americanos. "Os Estados Unidos continuarão falando em nome da democracia, incluindo o direito do povo cubano de decidir seu próprio futuro", disse Obama junto a Castro, no Palácio da Revolução. "Falaremos em nome dos direitos humanos universais, incluindo a liberdade de expressão, de reunião e religião."

Na entrevista coletiva transmitida ao vivo pela emissora de TV estatal cubana, Raúl Castro enfrentou duras perguntas de jornalistas norte-americanos sobre o ritmo lento das mudanças em Cuba e a detenção de presos políticos. Raúl parecia incomodado em alguns momentos com as questões, mas assessores norte-americanos disseram que elas foram uma poderosa lembrança de que um discurso aberto e uma liderança forte não são mutuamente excludentes. Autoridades cubanas não fizeram comentários sobre as perguntas, que não apareceram nas longas matérias da imprensa estatal sobre a visita.

Não está ainda claro quais dissidentes cubanos participarão do encontro com Obama na embaixada dos Estados Unidos, um assunto sobre o qual se especulou muito antes da chegada dele. Cuba tem sido criticada por deter brevemente milhares de manifestantes em um ano, mas os casos de longas penas de prisão contra esses dissidentes diminuíram drasticamente nos últimos anos.

Nesta terça-feira, antes de partir de Cuba rumo à Argentina, Obama e sua família assistirão a uma partida de beisebol na capital cubana. Mais de 30 legisladores que participam da viagem devem se unir ao jogo entre o Rays de Tampa Bay, time que atua nos Estados Unidos, e a seleção nacional cubana. 

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