O papa Francisco pediu nesta quinta-feira aos padres do mundo inteiro que resistam "à mundanidade virtual que se abre e fecha em um único clique" na internet. No início do "Triduum pascal", que celebra os três dias (quinta, sexta e sábado Santos) antes da Páscoa, o Papa falou na Basílica de São Pedro a centenas de padres, todos vestidos de branco, para a tradicional mensagem da missa crismal.
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Nesta mensagem, centrada na "misericórdia" de Deus, Jorge Bergoglio pediu aos sacerdotes que abandonem toda a arrogância e se "identifiquem" com o "povo pobre, com fome, prisioneiro da guerra, sem futuro, residual e rejeitado", ferido em sua "dignidade".
"Como padres, devemos nos lembrar que existem inúmeras pessoas pobres, ignorantes, prisioneiras que estão nesta situação porque outras as oprimem", observou. No entanto, alguns sacerdotes, observou ele, podem ser "cegos, privados da luz bela da fé (...) por excesso de teologias complicadas".
"Nós nos sentimos presos, não por muros de pedra intransitáveis ??ou por cercas de aço, mas por uma mundanidade virtual que abre e fecha em um clique. Somos oprimidos, não por ameaças e golpes, como muitas pessoas pobres, mas pela atração de mil propostas de consumo", acrescentou.
Neste ano de "Jubileu da misericórdia", Francisco limitou suas críticas ao clero. O papa, de 79 anos, deve lavar nesta quinta-feira os pés de doze jovens migrantes em um centro para requerentes de asilo, antes de presidir, na sexta-feira, sábado e domingo várias celebrações da Páscoa.
Cardeal francês pede perdão às vítimas de padres pedófilos
O cardeal francês Philippe Barbarin, suspeito de encobrir casos de pedofilia, pediu "perdão pessoalmente" às ??vítimas dos padres incriminados durante uma missa na quarta-feira à noite, de acordo com a diocese de Lyon (centro-leste), cidade da qual é arcebispo. Citando o papa Francisco, o cardeal Barbarin disse ser "sua obrigação assumir todo o mal cometido por alguns padres e pedir pessoalmente perdão pelos danos que causaram abusando sexualmente de crianças", de acordo com seus comentários informados no site da diocese. "Cada um é chamado a fazer um exame de consciência frente a essa tormenta e eu agradeço aqueles que me ajudaram a fazer a minha", acrescentou.
O cardeal Barbarin se viu envolvido nas últimas semanas em um escândalo de abusos sexuais cometidos contra jovens escoteiros entre 1986 e 1991 por um padre da região de Lyon, Bernard Preynat. Este último, que continuou em atividade até agosto de 2015, foi indiciado em 27 de janeiro, depois de admitir os fatos. Suas vítimas denunciaram várias autoridades da diocese, incluindo Barbarin, por não terem agido contra tais crimes. Após o caso vir à tona na imprensa, uma vítima do sexo masculino de um outro padre no início dos anos 90 queixou-se contra o arcebispo de Lyon, acusando-o de não ter agido quando ele foi informado do seu caso em 2009.