O exército sírio apertava neste sábado (26) o cerco sobre os jihadistas em Palmira, com o apoio das forças russas, que permitiu a reconquista de grande parte desta cidade localizada no centro da Síria.
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No vizinho Iraque, o Pentágono pretende reforçar o seu apoio às forças do governo para retomar o controle de Mossul, a segunda maior cidade do país e reduto do grupo Estado Islâmico (EI).
As forças do regime sírio lançaram uma ofensiva em 7 de março para retomar Palmira das mãos do EI, que controla a cidade desde maio de 2015, bem como suas ruínas históricas, declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Na manhã deste sábado (26), apertavam o cerco sobre a cidade, recuperando a localidade de al-Amariyah, no extremo norte de Palmira, indicou a televisão oficial síria, que evocou "intensos ??combates com os terroristas do Daesh (acrônimo em árabe do EI)".
A agência oficial Sana relatou, por sua vez, uma ofensiva lançada ao amanhecer pelo exército nos pomares aos sul de Palmira, enquanto os soldados avançavam dentro na cidade e os combates prosseguiam no aeroporto, a leste.
O exército é apoiado no terreno pelas milícias pró-regime, combatentes xiitas do Hezbollah libanês e unidades de elite do exército russo.
"Podemos dizer que cercamos o Daesh de três lados - sudoeste, oeste e noroeste", indicou à AFP um oficial sírio.
Quanto as ruínas antigas, o setor está completamente deserto, porque ninguém ousa se aventurar no local em razão das minas terrestres colocadas pelos terroristas e por se tratar de uma zona completamente descoberta, constatou um jornalista da AFP.'Russos ativamente envolvidos' na batalha
Os "russos estão ativamente envolvidos" na batalha de Palmira, ressaltou o oficial, citando um centro de comando conjunto dos exércitos russo e sírio.
"Eles combatem diretamente no terreno, com seus aviões e também cuidam de interceptar comunicações entre os combatentes do EI", explicou.
"O envolvimento da aviação russa foi considerável no início da manhã, com 150 ataques quando tentávamos tomar as colinas ao redor da cidade", afirmou.
No entanto, "os bombardeios diminuíram em grande parte porque agora trata-se de uma batalha na cidade, e cabe às artilharias russa e síria entrar em ação".
O jornalista da AFP que está em uma colina a oeste de Palmira viu as artilharias russa e síria disparar contra posições do EI na cidade. Os combates se concentram em bairros residenciais do noroeste da cidade, onde o EI está.
Para este oficial, "a mentalidade e estratégia de combate do EI são diferentes de outras organizações". "Eles (os extremistas) não recuam, tornando a batalha mais difícil e longa. Além disso, o EI tem homens-bomba e equipamentos sofisticados."
"Se vencermos, seria a primeira grande derrota infligida pelo exército ao Daesh", disse ele.
"Daria confiança aos soldados para enfrentar o Daesh e preparar-se para a batalha de Raqa", a capital do "califado" autoproclamado pelo EI em territórios controlados na Síria e no Iraque.
Enfrentando o mesmo inimigo, mas no outro lado da fronteira, o Pentágono irá propor "nas próximas semanas" ao presidente Barack Obama de fortalecer o apoio militar dos Estados Unidos às forças iraquianas, indicou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Joe Dunford.
"O secretário de Defesa e eu acreditamos que haverá um aumento das forças americanas no Iraque, mas nenhuma decisão foi tomada", disse ele.
Trata-se de definir os meios a serem mobilizados para "facilitar" a retomada de Mossul, a segunda maior cidade do país, pelas forças iraquianas, ressaltou.
O Pentágono também revelou esta semana a presença no norte do Iraque de uma posição de artilharia com 4 canhões de 155 milímetros e 200 Marines.
Estas armas foram utilizadas esta semana, em apoio às tropas iraquianas na região, reconheceu o general Dunford.
O Pentágono implantou oficialmente 3.870 soldados no Iraque. Mas o número real é muito maior, cerca de 5.000, de acordo com relatos da imprensa que o general Dunford não negou na sexta-feira.