SÍRIA

Para especialista da Unesco, recuperar Palmira é uma ilusão

Annie Sartre-Fauriat disse estar ''perplexa com a capacidade de reconstruir [o centro de] Palmira'', diante da destruição e das pilhagens na cidade antiga e no museu

Da AFP
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Publicado em 28/03/2016 às 12:34
Foto: STRINGER / AFP SANA / AFP
Annie Sartre-Fauriat disse estar ''perplexa com a capacidade de reconstruir [o centro de] Palmira'', diante da destruição e das pilhagens na cidade antiga e no museu - FOTO: Foto: STRINGER / AFP SANA / AFP
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Annie Sartre-Fauriat, membro do grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para o patrimônio sírio, disse nesta segunda-feira (28) estar “perplexa com a capacidade de reconstruir [o centro de] Palmira”, diante da destruição considerável e das pilhagens na cidade antiga e no museu.

“O mundo se uniu em torno da 'libertação' de Palmira, entre aspas, mas é preciso não esquecer tudo o que foi destruído e a catástrofe humanitária no país. Estou bastante perplexa com a capacidade [anunciada], ainda que com a ajuda internacional, de reconstruir a cidade de Palmira”, disse à agência France Presse (AFP) a historiadora, um dia depois da cidade de Palmira ter sido recuperada pelas forças pró-regime.

Annie Sartre-Fauriat é uma historiadora especialista em Oriente Médio, membro do grupo de especialistas da Unesco constituído em 2013 para o patrimônio sírio.

“Quando ouço dizer que se vai reconstruir o templo de Bêl, parece-me uma ilusão. Não vamos reconstruir uma coisa que foi reduzida a escombros e a poeira. Construir o quê? Um templo novo? Haverá talvez outras prioridades na Síria antes da reconstrução de ruínas”, acrescentou.

Cinco anos

Por outro lado, o diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, disse nesta segunda-feira (28) que seria possível recuperar os monumentos destruídos, com o apoio da Unesco. “Se tivermos a aprovação da Unesco, precisaremos de cinco anos para restaurar os edifícios destruídos e danificados pelo Estado Islâmico”, declarou Abdelkarim à agência France Presse.

“Temos pessoal qualificado, conhecimento e investigação, precisamos obviamente do acordo da Unesco e poderemos começar as obras em um ano”, adiantou.

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