INVESTIGAÇÃO

''Panama Papers'' citam pessoas próximas ao presidente chinês Xi Jinping

Pessoas ligadas a Xi Jinping, ao ex-primeiro-ministro Li Peng e outros dirigentes do país teriam dissimulado fortunas e paraísos fiscais por meio de empresas de fachada

Da AFP
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Publicado em 04/04/2016 às 10:17
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Pessoas ligadas a Xi Jinping, ao ex-primeiro-ministro Li Peng e outros dirigentes do país teriam dissimulado fortunas e paraísos fiscais por meio de empresas de fachada - FOTO: Foto: AFP
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Pessoas ligadas ao presidente chinês Xi Jinping, ao ex-primeiro-ministro Li Peng e outros dirigentes do país dissimularam fortunas e, paraísos fiscais por meio de empresas de fachada, segundo a investigação internacional de vários órgãos de imprensa, o que coloca em dúvida os esforços anticorrupção de Pequim.

A análise de 11,5 milhões de documentos procedentes do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) revela que 140 autoridades políticas ou personalidades mundiais colocaram dinheiro em paraísos fiscais.

Entre os parentes ou colaboradores de autoridades chinesas apontados na investigação aparece sobretudo Deng Jiagui, marido da irmã mais velha de Xi Jinping.

Em 2009 - com seu cunhado como um membro do poderoso comitê permanente do Gabinete Político do Partido Comunista chinês, mas ainda não presidente - Deng se tornou o único acionista de duas empresas de fachada nas Ilhas Virgens britânicas, revela o ICIJ.

Em junho de 2012, em uma investigação sobre a fortuna colossal da família de Xi, a agência Bloomberg já havia revelado que Deng Jiagui e sua esposa possuíam centenas de milhões de dólares de ativos imobiliários e títulos financeiros.

Desde que assumiu a chefia de Estado no fim de 2012, Xi Jinping tem expressado a firme determinação de lutar contra a corrupção com uma campanha midiática destinada tanto a sanear o Partido Comunista, como a estabelecer sua autoridade dentro do partido, uma estratégia de eficácia muito discutida por analistas.

Nos documentos panamenhos revelados nesta segunda-feira pelo ICIJ também aparece o nome de Li Xiaolin, filha de Li Peng (primeiro-ministro chinês de 1987 a 1998).

Ela tinha como o marido uma fundação em Liechtenstein, controlada por sua vez por uma empresa com sede nas Ilhas Virgens, na época em que seu pai estava no poder.

Uma neta de Jia Qinglin, ex-membro do comitê permanente do Gabinete Político do Partido Comunista, a Oficina Política del PCC, era a única acionista de várias empreas "offshore", com as quais controlava discretamente vários grupos na China.

Os "Panama Papers" também mencionam o arquiteto francês Patrick Devillers, ligado ao "ex-príncipe vermelho" caído em desgraça Bo Xilai. Ele ajudou a esposa de Xilai a comprar - com uma empresa de fachada - uma propriedade na França, operação financiada com o suborno de um empresário.


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