Vários terremotos, o mais forte de 6,5 graus de magnitude, sacudiram o Japão nesta quinta-feira (14) à noite, fazendo ao menos dois mortos, centenas de feridos e causando danos em uma região do sudoeste do país, onde estão localizados vários reatores nucleares.
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"Pelo menos duas pessoas morreram", indicou à AFP Yutaka Nasu, funcionário da prefeitura de Kumamoto.
Cem pessoas ficaram feridas nesta área e em outras partes da ilha de Kyushi, de acordo com a rede NHK e agência de notícias Jiji.
"Temos relatos de que há pessoas sob os escombros", informou Nasu.
Pelo menos 19 casas desabaram e sete incêndios foram relatados, segundo as mesmas fontes, que citam os serviços de emergência e autoridades locais.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, informou que 350 soldados foram enviados para as zonas afetadas para participar no resgate das vítimas.
Um primeiro tremor ocorreu às 21h26 (9h26 no horário de Brasília) e foi seguido por várias réplicas, uma das quais de magnitude 5,7 às 22H07 e outra de 6,4 pouco depois da meia-noite (12h00 de Brasília), segundo a agência de meteorologia japonesa.
O epicentro dos tremores foi registrado na prefeitura de Kumamoto.
O Instituto americano de Geofísica (USGS) mediu uma magnitude de 6,2 para o terremoto mais violento, 5,4 para o terremoto ocorrido às 22H07 e 4,9 para o registrados às 01H53.
Novos tremores poderão ocorrer ao longo de uma semana, alertou a agência meteorológica, enquanto o porta-voz do governo apelou os habitantes da região a "agir com calma e ajudar uns aos outros".
O sistema de alerta já facilitou em várias ocasiões prevenir os habitantes segundos antes de um terremoto, por meio de smartphones e os meios de comunicação.
A rede NHK havia mencionado o descarrilamento de um trem de alta velocidade em Shinkansen que não transportava passageiros. O serviço ferroviário foi interrompido para verificar as vias, como acontece cada vez que um terremoto atinge o arquipélago.
De acordo com a agência de meteorologia e a televisão pública NHK, os tremores foram muito fortes em algumas localidades, com uma intensidade igual e, por vezes, superior ao terremoto de 11 de março de 2011.
Na escala japonesa que mede a potência do tremor na superfície - um indicador mais explícito que a magnitude fornecida ao público - o nível alcançou a magnitude 7, o mais alto, em comparação com o 6 há cinco anos. No nível 7, as pessoas e móveis podem ser projetados em todas as direções.
Foram registradas quedas de energia em ao menos 16.000 residências.
Normalidade nas centrais nucleares
A empresa que fornece energia na região, Kyushu Electric Power, assegurou que nenhuma anomalia foi registrada na central nuclear de Sendai, onde se encontram os únicos reatores japoneses em serviço.
"Vamos verificar se o terremoto teve um impacto sobre a nossa central, que tem funcionado normalmente no momento", declarou um responsável da central à AFP.
Também não houve danos ou anormalidades em outras usinas nucleares localizadas nas regiões afetadas, Ehime e Genkai, de acordo com informações fornecidas pelas operadoras.
Uma célula de crise foi estabelecida imediatamente com as principais autoridades envolvidas.
"Ordenei que todas as informações necessárias sejam dadas ao público e que tudo seja aplicado para o bom funcionamento" das operações de resgate, declarou a repórteres o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
O Japão, localizado no encontro de quatro placas tectônicas, sofre a cada ano mais de 20% dos terremotos mais fortes registrados no planeta.