DESASTRE

Novo terremoto deixa mais mortos no Japão

O tremor foi de 7,1 de magnitude, segundo a Agência Meteorológica japonesa, e 7, na escala do Instituto de Geofísica americano

Da AFP
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Publicado em 15/04/2016 às 22:53
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O tremor foi de 7,1 de magnitude, segundo a Agência Meteorológica japonesa, e 7, na escala do Instituto de Geofísica americano - FOTO: JIJI PRESS / AFP
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Um novo terremoto, de 7 graus de magnitude, atingiu na madrugada deste sábado (horário local) (16) o sudoeste do Japão, deixando pelo menos nove mortos e causando deslizamentos de terra.

Essa mesma região foi atingida na véspera por tremores, e o número de vítimas chega a nove mortos.

O tremor de 7,1 de magnitude, segundo a Agência Meteorológica japonesa, e 7, na escala do Instituto de Geofísica americano (USGS), foi registrado à 1h25 local (13h25 de sexta-feira no horário de Brasília), provocando um alerta de tsunami na costa oeste de Kyushu, que logo foi cancelado.

A rede de televisão NHK informou que o novo terremoto fez vários feridos e provocou o desabamento de uma ponte na localidade de Kumamoto.

"Houve incêndios em muitos lugares" e "foram constatados graves danos em vários lugares", anunciou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, acrescentando que 76 estão sob os escombros.

Na quinta-feira, um terremoto de 6,5 graus de magnitude atingiu a ilha e provocou nove mortes e 900 feridos, dos quais 50 gravemente. Desde então, mais de 100 tremores secundários foram registradas na região.

Na cidade de Yatsushiro, uma pessoa morreu no incêndio de um prédio deflagrado pelo terremoto, confirmou à AFP o prefeito local, Kiichiro Terada.

"Saí da minha casa. Não podia ficar lá por causa dos tremores seguidos", disse Hisako Ogata, de 61, que foi levada para um parque perto de sua casa em Kumamoto junto com outras 50 pessoas.

"Estava com tanto medo", desabafou.

Nunca vi um tremor assim

"O último terremoto foi tão forte, ou até mais forte do que o terremoto original", declarou Shotaro Sakamoto, agente da prefeitura de Kumamoto.

Antes do novo terremoto, os habitantes da pequena cidade japonesa de Mashiki já se preparavam para voltar a passar a noite ao relento e faziam fila para receber água potável.

"A casa tremeu", contou à AFP Noboyuki Morita, um morador de 67 anos da cidade de Mashiki. "Estávamos assistindo à televisão quando, de repente, sentimos tremores muito fortes. Fiquei muito surpreso, nunca havia visto um tremor assim na minha vida", completou.

Morita e sua esposa passaram a noite em um carro. Eles não tinham como voltar para casa, depois que o telhado desabou, e os móveis saíram do lugar. O relógio ficou parado às 21h26 (9h26 de Brasília), horário do primeiro tremor.

"Só consegui sair da minha casa depois de cinco réplicas. Foram tão fortes que ficava com medo de me mexer", contou um vendedor à televisão. Em sua casa, tudo estava de pernas para o ar, com estantes, mesas e diversos objetos jogados no chão.

No total, "foram sentidos 123 tremores secundários", disse o sismologista Gen Aoki, da Agência Japonesa de Meteorologia.

Dezenas de casas, muitas delas velhas e de madeira, ficaram total, ou parcialmente, destruídas. Cerca de 44.000 pessoas precisaram se refugiar em centros de acolhida, onde receberam arroz e água potável.

Uma menina de oito meses foi resgatada viva dos escombros, indicou a rede de televisão NHK.

Em um vídeo da Polícia, é possível ver o bebê tranquilo, com os olhos abertos, os pés descalços e de pijama, enrolado em um cobertor e levado delicadamente à noite por vários policiais e socorristas. 

Segundo os meios de comunicação japoneses, a menina não sofreu nenhum ferimento.

Sua mãe, seu avô, sua avó e seu irmão mais velho estavam na sala e na cozinha da casa, enquanto ela dormia em outro quarto, no andar superior, no momento do primeiro tremor na ilha de Kyushu, relatou o jornal Mainichi Shimbun.

Segundo o jornal, os membros desta família da cidade de Mashiki, que sobreviveram, tentaram subir para salvar a menina, mas a casa desabou.

Fábricas paradas

Após o terremoto, o governo declarou estado de catástrofe natural e enviou ao local quase 6.500 homens, entre bombeiros, policiais e soldados.

"Localizamos diversos danos com um helicóptero das forças de autodefesa dotado de um sistema de raios infravermelhos, e pode ser que existam pessoas presas sob os escombros. Tememos que o balanço aumente", disse o ministro de Gestão de Desastres, Taro Kono.

O castelo da cidade, de 400 anos de antiguidade, também ficou danificado no telhado e nos muros.

Vários grandes grupos japoneses, entre eles Toyota, Bridgestone, Honda e Sony, decidiram nesta sexta-feira suspender as operações nas fábricas da zona para fazer um balanço com os fornecedores e avaliar os danos.

Muitas estradas ficaram danificadas, e os transportes foram afetados. Um trem de alta velocidade que não transportava passageiros descarrilou, e o tráfego ferroviário precisou ser interrompido para que as vias fossem revisadas, como costuma ser feito toda vez em que ocorre um terremoto.

Além disso, ao menos 14.000 lares ficaram sem eletricidade, e também houve cortes no abastecimento de gás e água. A companhia que alimenta a região, Kyushu Electric Power, afirmou que não foi detectada nenhuma anomalia na central nuclear de Sendai, onde se encontram os dois únicos reatores em serviço no Japão.

As demais instalações nucleares da região, ou seja, as de Ehime e Genkai, não foram afetadas, segundo as companhias operadoras.

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