Um grupo de deputados opositores se acorrentou nesta quinta-feira (21) na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela para exigir a ativação do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.
Sete legisladores entraram na sede do CNE em Caracas e durante duas horas ficaram acorrentados à escada que leva ao gabinete da presidente do organismo, Tibisay Lucena, constatou a AFP no local.
Os parlamentares foram retirados do local por agentes da Guarda Nacional, em meio aos gritos a favor do referendo e de palavras de ordem de militantes chavistas que permaneciam nos arredores do prédio.
"Não estamos pedindo nada que não esteja previsto na Constituição", disse a deputada Beatriz Martínez ao lado de companheiros do Primeiro Justiça, partido do governador e ex-candidato presidencial Henrique Capriles.
A dirigente assinalou que o CNE se comprometeu a entregar, na quarta-feira, os formulários para o recolhimento das 200 mil assinaturas necessárias para a ativação do referendo contra Maduro.
A CNE alega que os solicitantes da consulta não cumpriram com todos os requisitos.
Diante da sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Caracas, cinco estudantes universitários iniciaram nesta quinta-feira uma greve de fome para pressionar o CNE a entregar os formulários.
"Permaneceremos em greve de fome até a entrega dos formulários", disse à AFP Ánderson Yulians, estudante de direito de 24 anos.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que controla o Parlamento, promove o referendo junto com uma emenda constitucional para reduzir o mandato de Maduro de seis para quatro anos.
Para convocar o referendo são necessárias quatro milhões de assinaturas, e para revogar o mandato de Maduro, cerca de 7,5 milhões de votos.