TREMOR DE TERRA

Equador é sacudido por tremores secundários

As Nações Unidas querem ajudar cerca de 350.000 pessoas afetadas pelo terremoto por ao menos três meses

Da AFP
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Publicado em 22/04/2016 às 16:11
Foto: Carlos Silva / El Ciudadano
As Nações Unidas querem ajudar cerca de 350.000 pessoas afetadas pelo terremoto por ao menos três meses - FOTO: Foto: Carlos Silva / El Ciudadano
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Um tremor secundário de 6.0 graus de magnitude foi registrado nessa quinta-feira (21) à noite na costa do Equador, no momento em que o país luta para se recuperar do devastador terremoto do dia 16 passado, que deixou quase 600 mortos.

A tragédia levou a ONU a lançar nesta sexta um pedido de ajuda a países doadores no valor de 72,7 milhões de dólares.

As Nações Unidas querem ajudar cerca de 350.000 pessoas afetadas pelo terremoto por ao menos três meses.

As entidades humanitárias alertam que o país enfrenta grandes riscos humanitários ante as milhares de pessoas que ficaram sem teto, dispor de água potável e estão expostas a inúmeras doenças.

O tremor teve epicentro a 59 km da cidade de Tosagua, segundo Centro Geológico dos Estados Unidos.

O Instituto Geofísico (IG) do Equador anunciou um tremor às 22H03 locais de 6,1 graus de magnitude, diante da costa costa de Jama (província de Manabí).

Depois foram registrados "eventos de magnitudes menores" (entre 4 e 5 graus).

Mais tarde, "às 22h20 foi registrado um segundo tremor de magnitude 6,0 na mesma região", segundo o IG.

Mais de 500 tremores foram registrados desde o terremoto de 7,8 graus de sábado, o mais forte no Equador em quase 40 anos.

O balanço oficial mais recente do terremoto registra 587 mortos, sendo 29 estrangeiros, além de 5.733 feridos e mais de 20.000 pessoas desabrigadas.

Passados cinco dias do terremoto e depois de resgatar 113 sobreviventes, há cada vez menos esperanças de achar pessoas com vida entre os escombros, onde os socorristas trabalham contra o relógio e em meio ao forte odor de corpos em decomposição.

Diante da situação, o Equador espera arrecadar um bilhão de dólares através de drásticas medidas econômica para encarar a crise nas zonas devastadas.

"A reconstrução será longa, mas juntos superaremos esta tragédia", tuitou o presidente Rafael Correa, depois de anunciar, na véspera, um aumento de dois pontos do IVA (de 12% a 14%) durante um ano e contribuições obrigatórias de um dia de soldo para cada mil dólares mensais de salário.

Correa também anunciou uma "contribuição de uma só vez de 3% adicional sobre utilidades", assim como "uma contribuição de uma só vez de 0,9% sobre pessoas físicas com patrimônio maior a um milhão de dólares".

Apesar de ter afirmado que o país está "muito mais preparado" que antes para enfrentar este tipo de tragédia, em seu discurso à nação Correa informou que o Estado "buscará vender" alguns ativos "para superar os momentos tão difíceis", mas sem especificar quais, e disse que avalia emitir títulos da dívida.

As medidas serão somadas a outros aumentos iminentes de impostos, como os da cerveja e cigarros, que devem ser aprovados na Assembleia Nacional, em um país com grandes necessidades de financiamento e que deve enfrentar milionários vencimentos da dívida em 2016.

O governo calculou os danos do terremoto em 3 bilhões de dólares.

Segundo estimativas preliminares, o terremoto destruiu 800 imóveis, afetou outros 600, danificou estradas e fez colapsar a infraestrutura nas zonas turísticas, principal atividade do litoral, um duro golpe para este país dolarizado e petroleiro, severamente atingido pela valorização da moeda americana e a queda dos preços do petróleo.

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