Um coreano-americano foi condenado a dez anos de trabalhos forçados na Coreia do Norte por espionagem, informou nesta sexta-feira (29) a agência oficial chinesa Xinhua em uma nota datada de Pyonyang.
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Este anúncio, que coincide com um agravamento das tensões na península coreana, acontece um mês depois da condenação a uma pena ainda maior, de 15 anos de trabalhos forçados, de um estudante americano, Otto Warmbier, que reconheceu ter furtado material de propaganda em um hotel de Pyongyang.
Em sua breve nota, a Xinhua indicou que Kim Dong-chul, de 62 anos, foi condenado pelo Supremo Tribunal da Coreia do Norte.
Kim, naturalizado americano em 1987, foi detido em outubro passado e, diante das câmeras, fez uma confissão pública, implorando perdão por ter roubado segredos militares.
Sua prisão ficou conhecida em janeiro, quando ele apareceu em uma entrevista que a CNN fazia em um hotel de Pyongyang com um pastor canadense também preso.
Kim Dong-chul explicou então que havia vivido 15 anos na China e viajava com frequência à zona econômica especial norte-coreana de Rason, e que espionou por conta de "elementos sul-coreanos conservados e fotografou segredos militares na Coreia do Norte".
As autoridades norte-coreanas afirmam que ele foi detido em Rason quando estava recebendo um pendrive que continha dados do programa nuclear norte-coreano.
Os estrangeiros que são detidos na Coreia do Norte são forçados com frequência a fazer uma confissão pública como primeiro passo para uma eventual libertação.
Pyongyang se serviu no passado de prisões de cidadãos americanos para obter a visita de personalidades e dirigentes.
Alguns especialistas em Coreia do Norte acreditam que a gravidade das penas pronunciadas contra Warmbier e Kim ilustra o alto grau de tensão na península, onde o ambiente não para de se deteriorar depois do quarto teste nuclear norte-coreano em janeiro passado.