Referendo Revogatório

Vice venezuelano afirma que 'não vai ter referendo'

O líder opositor Henrique Capriles advertiu no sábado sobre uma explosão social se o governo impedir a celebração do referendo

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Publicado em 15/05/2016 às 15:35
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O líder opositor Henrique Capriles advertiu no sábado sobre uma explosão social se o governo impedir a celebração do referendo - FOTO: Foto: JUAN BARRETO / AFP
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O vice-presidente da Venezuela, Aristóbulo Istúriz, afirmou neste domingo que não haverá referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro por erros da oposição na coleta de assinaturas para convocar a consulta.

"Aqui Maduro não vai sair por referendo porque primeiro aqui não vai haver referendo. (...) Eles sabem que não vai haver referendo porque primeiro o fizeram tarde, segundo o fizeram mal e terceiro cometeram fraude", disse Aristóbulo em um ato de apoio à presidente afastada do Brasil Dilma Rousseff, exibido pela televisão estatal.

O líder opositor Henrique Capriles advertiu no sábado sobre uma explosão social se o governo impedir a celebração do referendo revogatório contra Maduro este ano, depois que o presidente declarou um estado de exceção.

"Terão que matar a todos nós antes de dar um golpe parlamentar", disse Istúriz.

Maduro declarou estado de exceção para enfrentar o que denunciou como uma ameaça externa e convocou "exercícios militares" para preparar-se para "qualquer cenário", como uma eventual "intervenção armada" internacional.

Além disso, ordenou tomar as fábricas improdutivas e deter os empresários que paralisam suas fábricas para, em sua opinião, "sabotar" o país, em meio a uma "guerra econômica" que atribui ao setor privado.

A oposição esperava realizar o referendo revogatório no mais tardar no final deste ano, mas o oficialismo vinha afirmando que os prazos legais não permitiriam.

Se um referendo revogatório for realizado depois de 10 de janeiro de 2017 - quando completam quatro anos do mandato presidencial - e Maduro perder, os dois anos restantes seriam completos pelo vice-presidente designado pelo chefe de Estado.

A Venezuela está afogada em uma profunda crise agravada pelo colapso das receitas do petróleo, com a inflação mais alta do mundo (180,9% em 2015) e uma queda do PIB de 5,7% no ano passado.

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