O Parlamento venezuelano, onde a oposição tem maioria, rejeitou nessa terça-feira (17) o estado de exceção e de emergência econômica decretado pelo presidente Nicolás Maduro.
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Os deputados consideram que o estado de exceção “aprofunda a grave alteração da ordem constitucional e democrática que a Venezuela sofre”.
Para os parlamentares, Maduro ignorou a Constituição ao declarar, na segunda-feira (16), o “estado de exceção e de emergência econômica” em todo o país, por 60 dias.
No decreto que estabelece o estado de emergência, o governo da Venezuela aumenta os seus poderes sobre a segurança, a distribuição de alimentos e a área de energia.
Em entrevista ontem, Nicolás Maduro afirmou que "é uma questão de tempo” para que o Parlamento venezuelano “desapareça", por estar desligado dos interesses do país. "A Assembleia Nacional da Venezuela perdeu vigor político. É questão de tempo para que desapareça", disse.
"A Assembleia Nacional está desligada dos interesses nacionais. Tenho a certeza de que [os parlamentares] vão negar o decreto, porque querem acabar com a vida econômica do país, para chegar com um tapete vermelho a Miraflores [a sede do governo]", acrescentou.
Tareck El Aissami, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), no governo, disse que a Constituição tem de ser respeitada e que não será realizado o referendo pedido pela oposição para destituir Maduro.
"Temos de fazer respeitar a Constituição. Há um regulamento do Conselho Nacional Eleitoral que eles [a oposição] insultam quando querem", afirmou El Aissami, que é também governador do estado de Arágua.
Um dos principais líderes da oposição venezuelana pediu ao Exército para escolher entre a Constituição e o presidente Nicolás Maduro.