Os venezuelanos vão ter de pagar dez vezes mais pelo preço do quilo de farinha de milho, mais caro que o valor pedido pela Associação Venezuelana de Milho (AVM), segundo listagem publicada nesta terça-feira (24) pela Superintendência de Preços Justos do país.
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Segundo a tabela divulgada oficialmente, o quilo de farinha de milho pré-cozida passa de 19 para 190 bolívares por quilo. A AVM pedia ao Executivo um ajuste para 115 bolívares.
É tradição na Venezuela comer diariamente, no pequeno almoço, uma ou duas "arepas", uma massa redonda e achatada de milho, que depois de frita ou assada é usada como se fosse pão e que à hora de ir para a mesa é recheada com fiambre, queijo, peixe ou carne.
Nos primeiros dias de março de 2016, a AVM pediu ao governo venezuelano que permitisse aumentar o preço da farinha de milho para 115 bolívares o quilo, para assim poder "pagar a colheita a preços adequados aos produtos nacionais, para gastos adicionais, peças para a reparação de maquinaria e material para empacotar".
Dados não oficiais mostram que cada venezuelano consome 34 quilos de farinha de milho por ano.
Com frequência, os venezuelanos queixam-se de dificuldades para conseguir a farinha de milho pré-cozida, num mercado cada vez mais marcado pela escassez de produtos básicos.
Por outro lado, os empresários queixam-se de que a produção nacional não é suficiente e que há dificuldades no acesso a divisas para importar o produto, devido ao sistema de controle cambial que vigora desde 2003 no país e que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira.
Alguns dos produtos escassos estão acessíveis por meio dos ‘bachaqueros' (vendedores informais ou mercado negro) onde um quilo de farinha de milho pode chegar a custar 1.400 bolívares (125 euros), dependendo da demanda.