Os líderes dos países do G7 iniciaram nesta quinta-feira (26) no Japão uma cúpula de dois dias com a agenda centrada nos desafios impostos por um crescimento econômico mundial lento, a luta contra o terrorismo, as reivindicações marítimas da China e a crise migratória.
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A cúpula dos chefes de Estado ou de Governo dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Alemanha, Canadá e Japão acontece com pano de fundo o lento crescimento global.
Todos evocam o equilíbrio que deve ser encontrado entre a política monetária, política fiscal e reformas estruturais. No entanto, as divisões sobre como todos esses aspectos devem ser dosados vão prevalecer durante a cúpula.
O presidente francês, François Hollande, garantiu que o G7 era unânime sobre a questão de favorecer o investimento público e privado, a despeito das "sensibilidades" diferentes de seus membros.
O Japão, assim como a Itália, defendem a linha de mais gastos fiscais, uma ideia que não é compartilhada pela Alemanha e Grã-Bretanha, o que levanta preocupações paralelas de seus pares com a aproximação do referendo sobre uma possível saída do Reino Unido da União Europeia.
Ainda sobre a questão econômica, o líder francês indicou "que ainda preocupa a situação dos países emergentes", como a China, Brasil, Rússia e Argentina, e ainda a "volatilidade do preço do petróleo".
Terrorismo
As medidas de segurança foram reforçadas em todo o arquipélago japonês, com milhares de policiais extras implantados para monitorar as estações ferroviárias e terminais marítimos. Tóquio não quer correr nenhum risco depois dos ataques terroristas em Paris e Bruxelas nos últimos meses.
O G7 discutirá também a luta contra o terrorismo e seu financiamento, uma das prioridades do presidente François Hollande, após os ataques reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).
Assim, o G7 pavimentou, por iniciativa de Paris, discussões sobre "a preservação do patrimônio cultural contra a agressão terrorista" após a destruição dos tesouros de Timbuktu, do Museu de Mossul, das ruínas da cidade de Nimrud e dos templos de Palmyra.
"O terrorismo ataca mulheres, homens, crianças, as também os locais de memória"m afirmou Hollande a seus colegas do G7.
Crise migratória
Enquanto a Europa enfrenta sua mais grave crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, a migração também estará incluída nas negociações por "iniciativa" da Alemanha.
Em 2015, cerca de 1,3 milhão de migrantes pediram asilo na UE, dos quais mais de um terço em Berlim.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Ise-Shima, chamou o G7 a "reconhecer que esta é uma crise global", apesar das razões geográficas que representam um pesado fardo sobre os ombros europeus.
"Pedimos o apoio" do G7, "que deve se comprometer a aumentar a ajuda global para atender as necessidades imediatas e a longo prazo dos refugiados e dos países de acolhimento", disse ele.
Antes do início da cúpula, a China exortou os líderes do G7 a não "interferir" nas disputas territoriais entre Pequim e seus vizinhos no Mar da China Meridional.
O G7, grupo do qual a China não faz parte, "deve concentrar-se nas suas próprias responsabilidades e não acusar (outros países) em questões sobre as quais não tem competência", afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores em uma reunião com a imprensa.
"O Mar da China Meridional não tem nada a ver com o G7, e somos contra o G7 abordar a questão para os seus próprios interesses egoístas", disse o porta-voz.
Os Estados Unidos e o Japão, que têm disputas com a China sobre a soberania de territórios desabitados no Mar da China Oriental, buscam unificar esforços para combater a ofensiva, em apoio a pequenos países que também têm disputas territoriais com Pequim.